Dezembro com chuva de estrelas e um cometa no céu

por Nuno Patrício - RTP
Foto: Gerardo Garcia - Reuters

A Terra descreve, durante o mês de dezembro, uma órbita que cruza uma série de detritos espaciais. O que dá origem às já conhecidas chuvas de estrelas. Há também o cometa Catalina, que se mostra sem recurso a telescópios.

De olhos postos no firmamento celeste vão ficar, certamente, os amantes do tipo de fenómenos em causa.

Dezembro já proporcionou, até ao dia 10, a chuva de meteoros Taurinas, mas o espetáculo celeste vai prosseguir.
Gemínidas e Úrsidas
Todos os anos, de 4 a 17 de dezembro, a Terra cruza a órbita do asteroide Faetonte e os detritos deixados são responsáveis pelo enxame de meteoros Gemínidas, que ao entrar na atmosfera geram o espetáculo normalmente designado como chuva de estrelas, ou estrelas cadentes.


Figura do IMO mostra o radiante da chuva de meteoros das Gemínidas (em Gémeos) - Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa

O nome deste enxame resulta dos traços das estrelas cadentes que parecerem sair de um ponto da constelação Gémeos (o radiante) e dia 14, pelas 18h00, o fenómeno conhecerá a máxima intensidade, estimada numa média de 120 meteoros por hora.



Além dos detritos do asteroide Faetonte, o planeta Terra vai também cruzar, entre 17 e 26 de dezembro, a órbita do cometa Tuttle. E são os seus restos responsáveis pela chuva de meteoros das Úrsidas, que decorre anualmente.



As previsões apontam a madrugada de 23 de dezembro como o momento de maior intensidade, com início cerca das 2h30.

Contrariamente às Gemínidas, o número calculado de estrelas cadentes Úrsidas não é muito elevado, sendo apenas de dez meteoros por hora. Além disso, o satélite natural da Terra estará muito próximo da fase de Lua Cheia, dificultando a observação.

Para obter mais informação sobre estes fenómenos, consulte o site Enxames de Meteoroides.
Catalina visível este mês
Descoberto a 31 de outubro de 2013, pelo Catalina Sky Survey, o cometa batizado com o nome do telescópio localizado no Arizona vai surgir no horizonte sudeste a 15 de dezembro, pelas 5h00, na constelação Virgem.


Céu visível às 5h00 do dia 15/12/2015 em Lisboa mostrando o cometa C/2013 US10 (Catalina) - Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa

Até final do mês, o Catalina tem uma deslocação celeste para a constelação do Boieiro, onde será visível cada vez mais cedo (cerca das 2h00). Atualmente, a sua magnitude é de 4.84, sendo quase visível à vista desarmada, mas certamente com maior facilidade se o observador tiver binóculos.

O cometa proveniente da nuvem de Oort surge nos horizontes terrestres de seis em seis anos.

Os apaixonados por este tipo de fenómenos e os curiosos em geral poderão, nas próximas noites, perder algumas horas de sono. São de evitar as noites nubladas e a poluição luminosa das grandes cidades. O melhor é mesmo procurar um horizonte desimpedido.
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