NASA lança satélite que vai medir ao detalhe alterações no gelo polar terrestre

por RTP com Lusa
NASA

A agência espacial norte-americana NASA lançou este sábado um satélite que irá medir as alterações no gelo polar da Terra com um detalhe sem precedentes. Uma missão que vai permitir conhecer melhor os efeitos do aquecimento global.

O lançamento do ICESat-2 realizou-se a bordo do lançador Delta II, na base militar de Vandenberg, Califórnia, Estados Unidos, eram 08h46 locais (13h46 em Lisboa).



O novo satélite vai dar continuidade às observações iniciadas pelo seu antecessor, o ICESat-1, cuja missão terminou em 2009. O ICESta-2 está equipado com um instrumento laser mais avançado para este tipo de observações, possibilitando medições com um "detalhe sem precedentes", de acordo com a NASA.

O Sistema Avançado de Altímetro a Laser Topográfico (ATLAS, em inglês) - mede a altura cronometrando o tempo que fotões de luz demoram a viajar do satélite até à superfície da Terra e a voltar para trás.

O satélite vai registar a alteração média anual da altura de gelo que cobre a Gronelândia e a Antártida, com uma margem de até quatro milímetros (largura de um lápis), obtendo 60 mil medições por segundo.

De acordo com a NASA, o degelo na Gronelândia e na Antártida está a elevar, em média, o nível dos oceanos em mais de um milímetro por ano.

O ICESat-2 vai medir também as alterações na espessura e no volume do gelo do Oceano Ártico, cuja área diminuiu em 40 por cento desde 1980. Ao atravessar a Terra, de polo a polo, o engenho vai monitorizar a cota de gelo nas regiões polares quatro vezes por ano, fornecendo dados sobre as mudanças ocorridas sazonalmente.


Para a agência espacial norte-americana, os dados do ICESat-2 poderão contribuir para o avanço do conhecimento sobre o impacto do degelo na subida do nível do mar e no aumento da temperatura, efeitos das alterações climáticas.

O satélite está ainda preparado para medir a altura da superfície oceânica e terrestre, incluindo os topos das árvores das florestas (que, em conjunto com a informação existente sobre a área florestal global, possibilitam aos cientistas estimarem a quantidade de dióxido de carbono armazenada nas florestas).
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