Carris emitiu 50 mil passes gratuitos, 13 mil são clientes novos

A Carris já emitiu 50 mil passes gratuitos para maiores de 65 anos e para jovens estudantes com menos de 23 anos. Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, o presidente da Carris, Pedro Bogas revelou que destes, 13 mil são novos passes emitidos para novos utentes que entraram no sistema por via do impacto da gratuitidade.

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Pedro Bogas considera que esta medida é um sucesso e espera chegar ao final do ano com 70 mil passes gratuitos.

Segundo o presidente da Carris, em termos gerais a procura está já a atingir valores correspondentes a 93 por cento dos registados em 2019. Em agosto a Carris transportou 81 milhões de passageiros e quer chegar os 135 milhões no final do ano, menos 10 milhões do que em 2019. Em 2025 espera chegar aos 160 milhões. Com este nível de procura, Pedro Bogas revela que a Carris, só à sua conta, está a conseguir tirar 125 mil carros da cidade e quer chegar aos 150 mil carros, o que corresponde a 160 milhões de passageiros.

A Carris vai ter este ano um aumento com os custos de combustíveis e eletricidade de 9 milhões de euros. No total, a receita tarifaria deverá atingir os 100 milhões de euros. Os lucros poderão ascender aos 2 milhões, uma diminuição relativamente a 2021, provocada pelo aumento em 30 por cento dos custos em energia e combustível que ascenderam aos 9 milhões.

Ainda assim, o presidente da Carris percebe a decisão de congelar os preços dos transportes públicos, lembrando, no entanto, que a opção gera dificuldades às empresas em função dos custos, sendo que no caso da Carris a procura não compensa a diferença. Relativamente à tarifa de bordo, apesar de ter a possibilidade de a subir, a Carris considera que não se justifica fazê-lo e por isso também não vai alterar o preço dos bilhetes no próximo ano.

O investimento vai atingir este ano os 20 milhões de euros, mais 3 milhões do que no ano passado e até 2026 serão investidos 76 milhões de euros, sobretudo com a renovação da frota. Em 2023, 50 por cento da frota será alimentada por energias limpas - eletricidade e gás - meta que antes de 2030 vai chegar aos 100 por cento. A Carris não voltou a comprar viaturas a diesel e para o ano vai dar prioridade à substituição dos pequenos autocarros de bairro, que ainda circulam a diesel, por elétricos. Este investimento tem já em consideração a revisão da rede que a Carris vai começar a preparar a partir do próximo ano. Nesta entrevista, o presidente da Carris anunciou que a empresa vai começar a fazer os estudos para uma revisão profunda da rede, já a partir do próximo ano, para chegar a mais zonas da cidade e para se adaptar às obras em curso no metro.

A empresa vai continuar a recrutar trabalhadores devendo atingir os 3000 em 2023 no grupo todo. Não se compromete com valores de aumentos para o próximo ano, mas admite que está disponível para oferecer outras compensações como um seguro de saúde e o passe gratuito para a área metropolitana, se todos os operadores aceitarem. Se não for o caso, a empresa está disponível para negociar caso a caso com os diferentes operadores da zona metropolitana.

Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Vítor Rodrigues Oliveira do Jornal de Negócios.
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