Foto: Antena1
O transporte rodoviário expresso vai ficar mais barato mas há zonas do país onde deixará de existir.
A ANTROP só aceita a atualização tarifária de 0,38 da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes se o diferencial para os 4 por cento de aumento que propõe, tiver como contrapartida compensações diretas aos operadores. Se isso não acontecer "teremos de cortar serviços e piorar o serviço público". Por isso, Cabaço Martins espera que a medida seja revista. Adianta que já há negociações em curso com as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e seis comunidades intermunicipais também já apresentaram valores alternativos.
Neste sentido, Cabaço Martins considera que seria "prudente haver um reforço" das verbas a transferir para as autoridades de transporte no próximo orçamento do Estado, até porque é expectável que em 2020 ainda haja um aumento ligeiro da procura. E por isso, considera o presidente da ANTROP, vai ser necessário mais dinheiro para compensar os operadores pela atualização do tarifário e para pagar os custos adicionais relativos aos serviços que o aumento da procura gerou. Se isso não acontecer, não será possível manter o mesmo nível de serviço. Até porque segundo Cabaço Martins os problemas e as falhas que existem atualmente no transporte rodoviário público, decorrentes do aumento da procura, vão manter-se no próximo ano. Só em 2021 será expectável que se altere ligeiramente.
Em termos gerais, segundo Cabaço Martins, a negociação para a redução do preço dos passes não foi um bom negócio. "A redução tarifária criou mais problemas do que soluções". Quanto à possibilidade de gratuitidade dos transportes públicos, Cabaço Martins considera tratar-se de "um disparate do ponto de vista técnico".
O presidente da ANTROP apela ao governo para criar uma estratégia para o transporte público, que contemple uma limitação do transporte privado.
Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de Cabaço Martins a Rosário Lira (Antena1) e Maria João Babo (Jornal de Negócios):