Conversa Capital com Cláudia Joaquim, Secretária de Estado da Segurança Social

por Antena 1

Foto: Antena1

Dentro de 4 a 5 meses o governo conta reduzir para 3 meses o tempo de médio de espera para a atribuição de pensões.


A garantia foi dada à Antena 1 e ao Jornal de Negócios pela secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim. Atualmente a pendência em média atinge os 10 meses, uma situação que tem sido denunciada pela provedora da Justiça. Cláudia Joaquim acredita que, se conseguir manter o ritmo de despacho atual, e se o número de novos requerimentos não aumentar, com o aperfeiçoamento do sistema informático em curso e o recrutamento interno e externo de mais trabalhadores, vai conseguir reduzir as pendências. Em 2019 a segurança social concluiu 106 mil processos de pedidos de pensões. Em maio o número atingido não tem precedente. A secretária de Estado revelou que só em maio, a Segurança Social conseguiu concluir 28 mil e quinhentos processos, um número que segundo Cláudia Joaquim não tem precedente. A secretária de Estado assegura que "o problema está a diminuir" e que há "uma capacidade de conclusão superior aos requerimentos entrados".

As penalizações em sede de IRS por causa dos atrasos vão acabar. 

Cláudia Joaquim garantiu que já foi aprovada a legislação que vai evitar que, quem fica à espera da pensão durante vários meses e depois recebe todos os montantes em atraso de uma só vez, seja penalizado em sede de IRS. A medida vai ter efeitos retractivos e por isso quem foi penalizado por esta via nos últimos 5 anos, vai poder apresentar uma declaração de retificação nas Finanças para ser compensado.

Em 2018, a Segurança Social processou 50 milhões de pensões e prestações sociais, houve mais 6, 7 milhões de atendimentos presenciais e 5,5 milhões de chamadas telefónicas e até maio já houve mais de 23 milhões de acessos à segurança social direta, 33 milhões no total de 2018.

Não faz sentido aumentar contribuição para a segurança social.

Nesta entrevista a secretária de Estado diz que não vê razões para aumentar a taxa contributiva para a segurança social nem por parte dos trabalhadores nem das empresas. "Nada nos indica que faça sentido rever essa taxa", referiu a secretária de Estado lembrando que as receitas contributivas são o sistema mais rápido para aferir o comportamento da economia. 

Já quanto às contribuições dos trabalhadores independentes os números revelam que houve um aumento da receita. Apesar de Cláudia Joaquim salientar que esse não foi o objetivo, os números falam por si: Em dezembro de 2018 as receitas foram de 38,8 milhões e em abril de 2019 de 39,7 milhões.

Reforma antecipada para a CGA vai permitir optar pelo regime mais favorável.

Relativamente à aplicação à CGA do regime que prevê que podem aceder à pensão antecipada os que cheguem aos 60 anos com 40 de descontos, sem o corte do fator de sustentabilidade e apenas com uma redução de 0,5 ao mês, para cada mês que falte para a idade pessoal, a secretária de Estado garantiu que só vai contar o tempo efetivo de serviço sem bonificações. Contudo o regime em vigor para a CGA continua em vigor e os trabalhadores poderão optar pela lei que for mais favorável. A legislação que se encontra em consulta pública prevê que seja aplicado o tratamento mais favorável, ou seja o que permitir ter o valor mais elevado.

Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de Cláudia Joaquim, Secretária de Estado da Segurança Social, a Rosário Lira (Antena1) e Catarina Almeida Pereira (Jornal de Negócios):


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