Conversa Capital com João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA

O presidente da APIFARMA concorda com o plano de vacinação proposto pelo governo, mas lembra que se trata de uma tarefa "colossal" e que vai precisar de uma estratégia mais abrangente.

RTP /
Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, João Almeida Lopes garante que a indústria está preparada para fazer as entregas da vacina onde for determinado pelo governo e, nesse sentido, não prevê que haja rotura de stocks.

João Almeida Lopes considera que vão existir vacinas para todos, até porque há várias vacinas em preparação - "que vão acabar por serem aprovadas mais dia, menos dia" – e há em Portugal capacidade de armazenamento. As vacinas só não vão chegar a todos ao mesmo tempo porque a procura vai ser “abissal”.

Não se podendo vacinar toda a população ao mesmo tempo e não se sabendo ainda durante quanto tempo as pessoas vão permanecer imunizadas, João Almeida Lopes defende que vai ser necessário continuar a ter cuidados e continuar a testar a população, mesmo para o futuro, porque o vírus também sofre mutações.

O presidente da APIFARMA critica a demora da União Europeia na aprovação da vacina, por comparação com o Reino Unido ou os Estados Unidos. Considera que depois do esforço feito pela indústria, não se justifica que agora o processo fique em avaliação durante 3 semanas, pela entidade reguladora europeia e lembra que mais um dia de atraso é mais uma vida que se perde.

João Almeida Lopes recusa a ideia de que tenham sido queimadas etapas na elaboração da vacina e adianta que a aprovação da vacina pelo Reino Unido faz com que fique descansado sobre a sua fiabilidade.

Nesta entrevista João Almeida Lopes admite que, de futuro, a vacina para a COVID-19 possa vir a ser também produzida em Portugal ou, pelo menos, que haja outro tipo de participação, uma vez que logo no início houve contactos nesse sentido.

Já quanto à vacina da gripe, João Almeida Lopes garante que o problema da falta de vacinas em Portugal não foi da indústria. Admite que o governo pode não ter acautelado a quantidade suficiente para a maior procura este ano.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Alexandra Machado do Jornal de Negócios.
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