Conversa Capital com João Neves, Secretario de Estado Adjunto e da Economia

por Antena1

A nova vaga da pandemia não vai pôr em causa a previsão de crescimento económico de 4,8 por cento, para este ano, feita pelo governo.

A garantia é dada pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia, em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios. Segundo João Neves, a situação decorrente da pandemia não está estabilizada mas, ainda assim, o impacto económico é diferente e por isso não são esperadas alterações do quadro macroeconómico.

O governo ainda não estimou os custos do impacto da semana de teletrabalho em janeiro, mas já tem uma estimativa e está disponível para ir mais além nos apoios, em função do diálogo que está a manter com as diferentes associações dos sectores mais afetados.

Também em relação ao próximo ano, o secretário de Estado considera que é possível atingir os 5,5 por cento de crescimento, se depois das eleições houver uma situação política estável. Se assim for, o crescimento previsto não fica comprometido.

Relativamente ao fim das moratórias, João Neves afasta um cenário catastrófico de insolvências. Admite que possa existir um ajustamento, mas não mais do que isso.

Nesta entrevista à Antena e ao Jornal de Negócios, o secretário de Estado da Economia revelou que, à semelhança do que aconteceu com a eletricidade, o governo pretende introduzir medidas que permitam compensar o aumento dos custos do gás. João Neves lembrou que ao contrário da eletricidade, o mercado do gás não é regulado e por isso é difícil tomar medidas mais abrangentes mas, no âmbito do diploma agora aprovado sobre o sistema elétrico nacional, João Neves diz que é possível encontrar medidas "mais específicas, mais dirigidas" que permitam compensar o aumento dos custos do gás, sobretudo nos grandes consumidores. Segundo o secretário de Estado, é previsível que o aumento do preço do gás e da eletricidade se reflita no preço dos produtos, o que deve ter um pico até ao final do primeiro trimestre do próximo ano, devendo depois ser ajustado em baixa. João Neves diz que este é um impacto que tem de ser assumido pelo conjunto da atividade económica, "porque o pior que nos podia acontecer era que as nossas empresas tentassem diminuir as suas margens, incorporando nos seus balanços o impacto do aumento das matérias-primas e da energia".

O secretário de Estado da Economia revelou também nesta entrevista que, em função das necessidades de execução do PPR, os quadros de algumas instituições centrais vão ser reforçados. No caso do IAPMEI, por exemplo, o despacho já publicado contempla a contratação de 40 pessoas.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Hugo Neutel do Jornal de Negócios
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