Conversa Capital com Luís Todo Bom: "Não podemos prolongar moratórias indefinidamente"

por Antena1

Foto: Antena1

As moratórias não são solução, são um adiamento do problema. A frase pertence a Luís Todo Bom, gestor e professor do ISCTE, conselheiro político de Rui Rio.

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios lembra as repercussões no sistema financeiro e diz mesmo que a banca não aguenta nem tem capacidade para absorver todo o mal parado. Admite mesmo que esse limite já deve estar próximo de ser atingido. Considera que é inevitável que haja empresas a fechar mas também diz que se vai a assistir a um movimento de consolidação, com fusões e aquisições entre empresas.

Luís Todo Bom dá nota positiva às medidas de emergência para minimizar os impactos económicos da pandemia, mas critica o facto de não estar a ser pensado o futuro, juntamente com os empresários e numa verdadeira perspetiva de reindustrialização.

Luís Todo Bom não receia a instabilidade política mas também não considera que haja nenhum bloqueio político relevante, que possa levar a eleições antecipadas. Admite até que o PSD faria melhor mas não com medidas muito diferentes. Ainda assim, reconhece que as sondagens estejam certas quando não dão a vitória ao PSD nas legislativas porque, adianta, enquanto houver pandemia as pessoas serão conservadoras e não vão querer mudar.

Nesta entrevista, Luís Todo Bom condena a opção de reversão da privatização da TAP. Acha que a TAP devia ter tido tratamento idêntico ao das outras empresas, cabendo aos privados decidir o que fazer. Não vê a necessidade de Portugal ter uma companhia de bandeira. Defende, isso sim, que o Estado tenha uma minoria de bloqueio em empresas como a ANA, a REN e as Águas de Portugal.

Nesta entrevista, Luís Todo Bom condena o que chama de excesso de politização das empresas, como aconteceu com a PT e como está a acontecer com a EDP, em que o caso da venda das barragens do Douro é apenas um exemplo disso mesmo, diz.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Alexandra Machado do Jornal de Negócios.
pub