Conversa Capital com Paulo Marcos

por Antena 1

O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários do Estado admite que este ano entrem nos bancos 1400 novos trabalhadores. Ainda assim, o saldo vai continuar a ser negativo uma vez que, entre reformas, rescisões e despedimentos, deverão sair 2.200 trabalhadores.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Paulo Marcos considera que apesar do resultado liquido continuar a ser negativo, as novas contratações já são um sinal de retoma que permite começar a "ver a luz ao fundo do túnel".

Paulo Marcos revelou que neste momento há 17 mesas de negociação em aberto, entre sindicatos e banca, para discutir acordos de trabalho e aumentos salariais. Paulo Marcos acredita que até ao final do verão grande parte destes processos poderão estar concluídos. O mesmo não deverá acontecer com a CGD porque segundo Paulo Marcos, a CGD está a "olhar para o retrovisor" e quer eliminar direitos adquiridos de que os trabalhadores não abdicam. Ainda em relação à CGD adianta que a comissão parlamentar em curso pouco poderá acrescentar e tem "um potencial enorme de causar dano à ao banco", um dano que atualmente não é merecido.

Relativamente à negociação salarial, o presidente do SNQTB admite que a banca possa recusar o aumento proposto pelos sindicatos para 2019 de 2,72 mas, sem se comprometer com alternativas, Paulo Marcos acredita que será possível encontrar um valor "algures meio do caminho". Contudo refere que o que está a ser pedido está objetivamente fundamentado e que há condições para os trabalhadores terem uma parte do "quinhão" da recuperação da banca.

Quanto à distribuição de dividendos partilha da prudência sugerida pelo Banco de Portugal, admite que haja repartição de dividendos, mas feita de uma forma gradual e com "bom senso".Já quanto à possibilidade dos bancos virem a reduzir as comissões que aumentaram aos clientes, admite que esse é um caminho sem retorno. Ou seja, não há condições para os bancos virem a reduzir essas comissões.

O presidente do SNQTB reconhece que se os sindicatos da banca estivessem todos juntos a negociar, teriam mais força, mas acredita que, tal como acontece no sector da educação, isso ainda possa vir a acontecer. Revela que chegou a convidar o Sindicato do Sul e Ilhas e do Centro (que estão a fundir-se para criar um sindicato nacional) para se juntarem à outra plataforma negocial que integra o SNQTB, o Sindicato Independente dos Bancos e ao Sindicato dos Bancários do Norte (que não aceitou a fusão) mas não obteve resposta.

Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de Paulo Marcos, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários, a Rosário Lira (Antena1) e Rita Atalaia (Jornal de Negócios):  


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