Economia
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"Governo encostou a UGT à parede", revela líder da UGT
"O Governo encostou a UGT à parede". A afirmação é de Mário Mourão, Secretário-Geral da UGT em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios para justificar a razão de ser de avançarem para uma greve geral.
Vídeo: RTP / Edição de vídeo: Pedro Chitas
Mário Mourão diz que se no dia 19 de novembro, na reunião bilateral com o Governo, ou dia 10 de dezembro, na concertação, o Governo se limitar a entregar um documento como o que entregou na sequência da última reunião de terça-feira com a UGT então "se calhar o que nós temos de pensar é marcar dois dias de greve em vez de um!".
O Secretario Geral da UGT não acredita que num mês haja aproximações que permitam evitar a greve. Mário Mourão lamenta que, ao contrário daquilo que o Governo disse quando começaram a negociar, tenha definido linhas vermelhas. E vai ainda mais longe: considera que se a negociação tivesse sido feita diretamente entre patrões e sindicatos provavelmente teriam chegado a acordos bilaterais. Adianta que isso não avançou porque o Governo não aceitou a posição de árbitro e assumiu-se como um parceiro com interesses. Diz mesmo que a atitude do Governo vai criar divisões na Concertação Social que deixarão marcas para o futuro. Garante que a UGT, que sempre se mostrou disponível para o diálogo, irá proceder de forma diferente. Qualifica a proposta entregue na reunião de terça-feira pelo Governo como "inócua" e diz mesmo que algumas alterações, como as referentes ao outsourcing, até são piores do que aquelas que estavam no documento inicial.
O documento, segundo Mário Mourão, de tão inócuo que é, só revela que o Governo não está para negociar. "Não é o suficiente para que a UGT acredite que já há o ambiente negocial e de diálogo que a UGT pretende à mesa de negociações".
As propostas de alteração apresentadas pelo Governo estão agora em análise no secretariado e no departamento jurídico. Mário Mourão promete uma resposta que vai incluir outras alterações que ainda não foram contempladas.
Uma das linhas vermelhas da UGT é o Banco de Horas individual. Sobre as alterações feitas em relação aos dias de férias, Mário Mourão desvaloriza a mudança. Entrevista conduzida por Rosário Lira, da Antena 1, e Catarina Almeida Pereira, do Jornal de Negócios.