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Governo vai substituir incentivo à compra de carros elétricos por redução no preço dos carregamentos

por Antena1

Foto: Antena1

Este terá sido o último ano em que o Estado comparticipou a compra de carros elétricos. O incentivo à compra de automóvel elétrico, através de um pacote de ajuda do Estado, que este ano chegou aos 5,2 milhões de euros, já não deverá fazer parte do próximo Orçamento do Estado. O governo pretende substituir este incentivo por medidas que permitam uma redução dos custos de carregamento.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado explicou que os níveis de aquisição de automóveis elétricos revelam que a compra já não está ligada ao incentivo e os apoios do Estado nunca conseguiriam acompanhar os valores da procura.

Em março deste ano a compra de veículos elétricos aumentou 88 por cento em comparação com o mesmo mês o ano passado. Segundo o secretário de Estado, de futuro a intervenção do Estado tem de ser feita reduzindo o valor das taxas cobradas com o carregamento e agilizando os processos de licenciamento para aumentar o número de postos de carregamento porque há muitos investidores interessados em entrar no mercado. Atualmente estão a ser criados 30 postos por semana. Em 2023, Jorge Delgado quer que esse número chegue aos 40 ou 50 por semana.

Nesta entrevista, o secretário de Estado confirmou uma derrapagem nas obras do metro de cerca de 500 a 600 milhões de euros e admitiu que poderá ser ainda maior porque há imponderáveis que podem surgir depois de começar a obra, nomeadamente a nível geológico. O secretário de Estado garante que estes custos acrescidos serão financiados em parte através do PRR e da sua reprogramação ou, em alternativa, pelo Orçamento do Estado ou pelo Fundo ambiental.

O secretário de Estado da Mobilidade Urbana revelou ainda que no PT2030 estão previstos 900 milhões de euros para novos avanços nas linhas de metro do Porto e de Lisboa. Em concreto a extensão da linha do metro à Trofa/Gondomar, LIOS Ocidental e Metro Sul do Tejo.

Já em relação às obras em curso no metro em Lisboa e aos transtornos provocados aos utentes, Jorge Delgado reconhece que a perturbação é indesejável, garante que continua a trabalhar em alternativas, mas adianta que o problema está na falta de motoristas para os autocarros alternativos ao metro.

À Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o secretário de Estado revelou também que dentro de duas ou três semanas vai ser lançado o concurso para a compra das baterias elétricas para os 9 navios que a Transtejo adquiriu sem bateria. O concurso vai manter o valor de 16 milhões de euros.

Sobre a nova lei para o TVDE, o secretário de Estado garante que o grupo de trabalho já está a avançar nas alterações que, entretanto, pararam à espera da Agenda do Trabalho Digno. As alterações terão em conta sobretudo o acesso à profissão e a fiscalização. Jorge Delgado lembra que esta é uma atividade liberalizada e por isso não se pode introduzir demasiadas restrições, mas ainda assim adianta que podem vir a ser criados limites mínimos para que o trabalho seja devidamente remunerado.

Entrevista conduzida por Rosário Lira (Antena1) e Maria João Babo (Jornal de Negócios).
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