Atividade turística deverá ainda ter acelerado em fevereiro
As dormidas em alojamento turístico terão aumentado 15,3% e os hóspedes 16,0% em fevereiro em termos homólogos, dinamizados pelo período de Carnaval e com a pandemia a refletir-se apenas no mercado chinês, divulgou hoje o INE.
Segundo uma estimativa rápida da atividade turística em fevereiro divulgada "de forma excecional" pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), "dada a preocupação" que a crise de covid-19 está a gerar no setor, as dormidas e os hóspedes terão ainda acelerado face a janeiro (em que as variações homólogas tinham sido aumentos de 7,6% e de 12,2%, respetivamente), somando 3,9 milhões de dormidas e 1,6 milhões de hóspedes.
No período, as dormidas de residentes terão aumentado 27,2% (+12,1% em janeiro) e as de não residentes terão crescido 10,0% (+5,6% em janeiro).
Os hóspedes residentes terão sido 777,6 mil, num aumento de 23,9% (+12,9% em janeiro), e os hóspedes não residentes terão atingido um total de 828,4 mil, crescendo 9,5% (+11,6% em janeiro).
De acordo com o INE, "estes resultados foram influenciados pelo efeito do período de Carnaval, que este ano ocorreu em fevereiro e no ano anterior ocorreu em março", sendo ainda de "considerar outro efeito de calendário, dado que fevereiro teve 29 dias em 2020, mais um do que em 2019".
Em fevereiro, a maioria dos principais mercados emissores registou crescimentos, destacando-se os aumentos registados pelos mercados espanhol (+41,4%), canadiano (+32,8) e brasileiro (+32,4%).
"Já influenciado pelos efeitos da Covid-19, o mercado chinês registou um decréscimo de 51,3% em fevereiro", nota o instituto estatístico.
Os dados da atividade turística de fevereiro hoje antecipados pelo INE baseiam-se na informação primária recolhida até 24 de março no âmbito do Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros alojamentos.
Esta divulgação não inviabiliza o destaque da atividade turística em fevereiro, agendado para 15 de abril, nos moldes habituais, pelo que o INE apela -- embora "compreendendo a gravidade das circunstâncias" -- para que as empresas "continuem a responder ao inquérito, que vai incluir questões visando caracterizar a situação atual".
"Este apelo é motivado pela necessidade de informação para avaliar o impacto da pandemia e para a implementação de políticas públicas consequentes", sustenta o instituto.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.