Em direto
Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos. Acompanhe ao minuto

Autoridades chinesas alertam para "pneumonia desconhecida" no Cazaquistão

por Andreia Martins - RTP
As autoridades chinesas alertam que o novo vírus é "muito mais letal" que a Covid-19. O Cazaquistão já registou mais de 50 mil casos do novo coronavírus. Pavel Mikheyev - Reuters

As autoridades chinesas alertaram esta semana para uma "pneumonia desconhecida" que é potencialmente mais letal do que o novo coronavírus. De acordo com a Embaixada da China em Astana, o novo vírus pneumónico já matou mais de 1700 pessoas no país. O Cazaquistão nega estas afirmações e classifica o relato da Embaixada como "fake news".

A Embaixada da China no Cazaquistão lançou um alerta sobre um novo vírus vindo da Ásia Central. “O Departamento de Saúde do Cazaquistão e outras agências estão a realizar investigações comparativas e ainda não definiram a natureza desta pandemia”, sublinhou a representação diplomática de Pequim em Astana, num comunicado divulgado no We Chat e citado pela agência Reuters.

De acordo com as autoridades chinesas, os novos casos desta pneumonia não identificada estão a aumentar significativamente desde meados de junho em todo o país, com centenas de novos casos por dia em algumas regiões.

As regiões de Atyrau, Aktobe e Shymkent são as mais afetadas, com 500 casos registados e 30 pessoas em estado crítico, refere a Embaixada.

Ainda de acordo com a representação diplomática de Pequim em Astana, desde o início do ano já morreram 1.772 pessoas desta nova pneumonia, incluindo cidadãos chineses. Do total de mortes provocadas, 628 ocorreram só em junho.

“Esta doença é muito mais letal que a Covid-19”, refere o comunicado da Embaixada, que deixa ao Cazaquistão algumas recomendações, semelhantes às medidas de precaução contra o novo coronavírus: evitar aglomerados, usar máscara, desinfetar zonas mais propícias à propagação, lavar as mãos com frequência e permitir a circulação do ar em espaços fechados.
Cazaquistão desmente informações

O jornal The Global Times, controlado por Pequim, informava na quinta-feira que o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão “não respondeu" às questões sobre este aviso da Embaixada chinesa e que não existe ainda qualquer indicação de que este novo vírus esteja ligado de alguma forma à Covid-19.

A reação chegou esta sexta-feira, com o Ministério da Saúde do Cazaquistão a desmentir as informações veiculadas, classificando-as como “fake news”.

As autoridades do país explicam que os registos sobre infeções por pneumonia bacteriana, fúngica e viral estão alinhados com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde. “A informação publicada por alguns media chineses sobre um novo tipo de pneumonia é incorreta”, acrescenta o Ministério.

Na terça-feira, a agência estatal de notícias, Kazinform, noticiava que o número de casos de pneumonia "aumentou 2,2 vezes em junho em relação ao mesmo período de 2019".

No Cazaquistão, o novo coronavírus já fez 264 mortos e infetou 53.021 pessoas no país, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins. As autoridades cazaques implementaram novas restrições no país desde 5 de julho em resposta a um aumento significativo de casos, sem voos internacionais ou transporte rodoviário entre as diferentes regiões, de acordo com a agência estatal chinesa Xinhua.

Os espaços culturais, instalações desportivas, cinemas e cabeleireiros continuam encerrados, com a maioria dos funcionários do Governo a trabalharem a partir de casa.
Tópicos
pub