Cabo Verde admite alternativas à retoma das aulas presenciais na Praia
A ministra da Educação de Cabo Verde, Maritza Rosabal, afirmou hoje que estão a ser estudadas alternativas ao arranque do ano letivo no concelho da Praia, suspenso devido à evolução da pandemia de covid-19 na capital.
"Estamos a trabalhar na procura de soluções que nos permitam, a 02 de novembro, termos cenários alternativos, que serão previamente partilhados com as associações de pais, mães e encarregados de educação, docentes e autoridades de saúde aqui no concelho da Praia", disse a ministra, ao intervir na Assembleia Nacional.
A ministra da Educação foi interpelada esta manhã pelos deputados, no arranque da primeira sessão parlamentar ordinária de outubro, visando o tema do novo ano letivo, cujas aulas presenciais arrancaram em todo o país em 01 de outubro. Contudo, devido à pandemia de covid-19, que continua a ter o epicentro na capital, o arranque das aulas presenciais na Praia foi adiado para "depois de 31 de outubro".
Cabo Verde contabilizou, até 13 de outubro, um total de 7.254 casos diagnosticados de covid-19, desde 19 de março, 4.336 dos quais no concelho da Praia, que conta também com 44 dos 77 mortos associados à doença registados em todo o país no mesmo período.
Na sua intervenção, Maritza Rosabal não se comprometeu com datas para o arranque das aulas presenciais na Praia, numa altura em que, seguindo os planos de contingência definidos pelo Ministério da Educação, pelo menos duas escolas do país já encerraram, por 10 dias, após casos confirmados de covid-19.
A ministra acrescentou que para iniciar o ano letivo nas 428 escolas do país foram investidos até ao momento, na aquisição de máscaras, álcool gel, máquinas automáticas de lavagem de mãos e termómetros, mais de 20,1 milhões de escudos (182 mil euros), sem contabilizar os custos das doações de material de proteção individual.
"Para assegurar o cumprimento das normas de biossegurança foi necessário, em primeiro lugar, garantir as condições de funcionamento exigidas, tanto em termos de instalações, como de materiais e de produtos sanitários", assumiu a governante.
O ano letivo de 2020/2021 arrancou em 01 de outubro, com cerca de 136.000 alunos, entre jardins de infância e escolas, tendo Maritza Rosabal acrescentado, perante os deputados, que 54% da rede escolar foi alvo de obras de reabilitação desde 2016, num investimento de 704 milhões de escudos (6,3 milhões de euros), realizado em parceria com as câmaras municipais e com apoio financeiro de parceiros internacionais.
Enfatizou o apoio da cooperação luxemburguesa, que já permitiu criar instalações sanitárias e cozinhas em 69 escolas do arquipélago.
No âmbito das medidas adotadas para mitigar os efeitos da covid-19, o Ministério da Educação lançou o canal TV Educativa, que emite através da rede nacional da Televisão Digital Terrestre (TDT), com conteúdos de apoio ao ensino à distância, programa que, incluindo a aquisição de televisores para as famílias mais carenciadas e `tablets`, já custou mais de 161 milhões de escudos (1,5 milhão de euros).
"Neste momento é crucial a flexibilidade, o seguimento e a avaliação constante, por isso continuaremos a trabalhar para que a educação continue a ser inclusiva e de qualidade, capaz de acolher e garantir a permanência e o sucesso das crianças, e de continuar para a formação de uma cidadania mais preparada para os desafios que a situação atual nos coloca", afirmou a governante.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e um mil mortos e mais de 37,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.