Centro de quarentena com 5000 quartos construído na China

por Carla Quirino - RTP
Centro de quarentena de Guangzhou - Twitter de Yanzhong Huang

Foi construído um complexo de alojamento para viajantes internacionais com 5000 quartos na província de Guangdong, no sul da China. Esta estação de saúde pretende acomodar os recém-chegados durante a quarentena prevista na estratégia de Pequim, para controlar possíveis infeções vindas do exterior. A construção destas instalações contraria a tendência atual de abrir fronteiras e reduzir restrições perante a pandemia da Covid-19.

Cada quarto está equipado com uma câmera de vídeo, um dispositivo com teclado para conversação com o exterior e um termómetro movido a inteligência artificial.

O ocupante tem direito a três refeições diárias entregues por robôs, estando tudo planeado para minimizar o contato direto com os membros da equipa do centro de quarentena.

As instalações ocupam cerca de 46 hectares de superfície contam com fileiras de prédios de três andares que foram construídos em menos de três meses.
 
As autoridades justificam esta construção para concentrar os recém-chegados e retirá-los dos hotéis localizados em Guangzhou e, especialmente, reduzir a exposição dos residentes a casos importados de Covid-19.

A Estação de Saúde Internacional de Guangzhou custou mais de 220 milhões de euros e está pronta para receber quem chega para a maior exposição comercial, Canton Fair - China Import and Export, que decorre na região, em outubro.

"É indiscutivelmente o centro de quarentena mais moderno do mundo, com alta tecnologia, é muito sofisticado", disse Yanzhong Huang, investigador de saúde global do Conselho de Relações Exteriores, à CNN.
 Centro de quarentena de Guangzhou - Twitter de Yanzhong Huang

O primeiro grupo de 184 equipas médicas mudou-se na semana passada para preparar a abertura do complexo.

O centro de quarentena foi projetado como uma bolha isolada do resto da cidade. Implica que, para além dos viajantes, também os funcionários serão colocados sob um confinamento efetivo.

As equipas médicas trabalharão durante 28 dias e depois permanecerão em quarentena três semanas.

As autoridades em Guangzhou endureceram os requisitos de quarentena para todas as chegadas no exterior, aumentando a quarentena obrigatória de 14 para 21 dias.

"Esta não é apenas uma medida paliativa. (Os líderes chineses) acreditam que essa pandemia vai demorar a acabar e a China vai manter esse controlo nas suas fronteiras", sublinhou Huang. Acrescentou: "Instalações como esta servem como uma forma de institucionalizar a estratégia de tolerância zero, e não será a única no país".
Centro de quarentena de Guangzhou - Twitter de Yanzhong Huang

Luo Xiaodan, vice-diretor do departamento de doenças infecciosas do Hospital Popular da Província de Guangdong, afirmou que a nova estação terá um papel importante na prevenção e controle da disseminação do coronavírus.

Os surtos despoletados pela variante Delta sobressaltaram a população e as autoridades dizem ter recebido muitos pedidos para fazerem maior controlo de saúde à chegada de estrangeiros. Estes são apontados como os principais veículos para a transmissão do vírus na comunidade.

A estratégia da China impondo uma quarentena mais rígida ocorre no momento em que o país faz grandes avanços na campanha de vacinação. No início deste mês, as autoridades anunciaram que mil milhões de pessoas foram totalmente inoculadas com vacinas chinesas. Cerca de 71% da população da China está vacinada. 
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