Covid-19. Biden promete 100 milhões de vacinas nos primeiros 100 dias

por Cristina Sambado - RTP
Kevin Lamarque - Reuters

O Presidente eleito dos Estados Unidos estabeleceu como meta os 100 milhões de vacinações nos primeiros 100 dias do seu mandato. Joe Biden não revelou muitos pormenores sobre a sua estratégia para implementação das medidas, mas prometeu alterar o curso da Covid-19.

Na apresentação da sua equipa para a área da saúde, Biden voltou a apelar aos norte-americanos para que usem máscara durante 100 dias.Os Estados Unidos registaram mais de 15 milhões de infeções com SARS-CoV-2 e 285 mil mortos, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Os meus primeiros 100 dias não vão acabar com a Covid-19. Não posso prometer isso. Entrámos nesta pandemia rapidamente. Mas não vamos sair dela rapidamente”, afirmou o Presidente eleito dos Estados Unidos numa conferência de imprensa em Delaware, onde apresentou o procurador-geral da Califórnia, Xavier Becerra, como Secretário para a Saúde e Rochelle Walenski como responsável pelos Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Em “100 dias podemos mudar o curso da doença e alterar a vida na América para melhor”, acrescentou.

Biden alertou ainda para a possibilidade de todos os esforços para combater a pandemia de Covid-19 podem “desacelerar e parar” se o Congresso não concluir as negociações bipartidárias e providenciar fundos com urgência.
Muitas zonas dos EUA estão a atingir o pico das infeções, com o maior número de hospitalizações. Alguns especialistas apontam estes aumentos aos milhões de viagens que os norte-americanos realizaram durante o feriado de Ação de Graças (o Thanksgiving que se comemorou no passado dia 26 de novembro). O regresso das crianças às escolas é também uma das prioridades do Presidente eleito.

No entanto, Biden deu poucos detalhes sobre a realização do maior programa de vacinação na história dos Estados Unidos.

Entre os assessores de Biden para a área da saúde está o médico Anthony Fauci. O especialista em doenças infeciosas também aconselhou a equipa de Donald Trump e chegou, por várias vezes, a criticar o atual inquilino da Casa Branca sobre as suas opiniões.
Operação Warp Speed
Entretanto, Donald Trump esteve reunido na Casa Branca com os responsáveis pelo plano de vacinação contra a Covid-19, a intitulada Operação Warp Speed, e saudou a esperada aprovação das vacinas.
Na terça-feira, um relatório abriu caminho para que a vacina da Pfizer/BioNTech fosse aprovada e lançada nos Estados Unidos.


“Eles dizem que é um milagre eu acho que é verdade”, afirmou o Presidente cessante dos Estados Unidos.

Segundo Donald Trump, “todo o norte-americano que se quiser vacinar poderá obter a vacina. Achamos que na primavera estaremos numa posição que ninguém teria acreditado ser possível há uns meses”.

A Administração Trump espera vacinar até 24 milhões de cidadãos até meados de janeiro.


Donald Trump assinou também uma ordem executiva com o objetivo de garantir que os norte-americanos tivessem prioridade na aquisição das doses de vacinas – uma medida que parece seguir a sua política de longa data America First.

A Administração cessante inscreveu-se para receber 100 milhões de doses iniciais da vacina da Pfizer/BioNTech. No entanto, um administrador da Pfizer afirmou que a possibilidade de comprar mais foi recusada várias vezes e que mais de 100 milhões podem não estar disponíveis até junho.

A equipa da Operação Warp Speed revelou que o objetivo é operar com vários fabricantes de vacinas.
As vacinas nos Estados Unidos
Os reguladores norte-americanos confirmaram na terça-feira que a vacina da Pfizer/BioNTech era 95 por cento eficaz, abrindo as portas para que pudesse ser aprovada.

O Food and Drug Administration (FDA), que se vai reunir na quinta-feira, não encontrou preocupações de segurança para interromper a aprovação da vacina.

Apesar de serem necessárias duas doses para oferecer a proteção total, a primeira dose evitou 89 por cento nos casos mais graves.


Foram relatados alguns efeitos colaterais ligeiros, como vermelhidão ou inchaço no local da injeção, fadiga a curto prazo, dores de cabeça e musculares.

Também a empresa norte-americana de biotecnologia Moderna reportou resultados semelhantes com a sua vacina e também deve obter aprovação do FDA antes do Natal.
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