Escolas de dança entregam no parlamento petição a pedir regras e apoios na reabertura

por Lusa

Uma petição com 6.103 assinaturas foi entregue na Assembleia da República, em Lisboa, a pedir a definição de regras específicas na reabertura da atividade das escolas de dança, anunciou hoje uma plataforma que representa o setor.

De acordo com um comunicado da Plataforma das Escolas de Dança de Portugal, a petição entregue no parlamento apela ao Governo "para que reconheça a especificidade desta atividade e reveja as regras definidas para permitir a sua reabertura".

Os promotores assinalam que a petição, criada há uma semana, "ultrapassa as 4.000 necessárias para ser discutida em plenário", onde pretendem expor as necessidades do setor do ensino da dança em cerca de 300 escolas de todo o país.

Autorizadas desde segunda-feira, dia 01 de junho, a retomar a atividade, de acordo com as regras e medidas de segurança que o Governo e a Direção-Geral da Saúde definiram para as atividades desportivas, "muitas permanecem fechadas porque não conseguem garantir a sua sustentabilidade", alertam.

Neste quadro, a Plataforma de Escolas de Dança de Portugal pretende pedir que as orientações da Direção-Geral da Saúde "sejam adaptadas à realidade do ensino de dança e sejam promovidos apoios para o setor".

A petição propõe a adoção de um conjunto de regras que permitem respeitar as particularidades da prática da dança, manter a segurança e saúde dos praticantes e garantir a subsistência das escolas.

Além das regras de distanciamento e higiene e segurança, o documento inclui também um conjunto de propostas de âmbito fiscal e económico "que permitem aliviar e ajudar a economia das escolas de dança, e ajudá-las a ultrapassar este período de perdas motivado pelo encerramento forçado devido à pandemia de covid-19".

O setor das escolas de dança envolve aproximadamente 500 estabelecimentos de ensino, 70.000 alunos e 5.000 profissionais, segundo os dados da plataforma.

"As escolas de dança funcionam como polos dinamizadores da comunidade, gerando economia na restauração e comércio envolvente. Se as escolas de dança fecharem a economia local irá ressentir-se, dificultando ainda mais a sua retoma", argumentam.

Alertam ainda para a possibilidade de, se encerrarem, "o futuro da dança em Portugal" ficar "comprometido, sem bailarinos e sem professores de dança".

No final de maio, em declarações à agência Lusa, o representante da plataforma, Pedro Fidalgo Marques, disse que este setor cultural está "invisível", depois de ter sido dos primeiros a fechar no início da pandemia de covid-19.

Na altura, criticou o Governo por não o ter consultado para definir regras que permitam manter a atividade com a sua especificidade e garantir toda a higiene e segurança para evitar novos casos de infeção pelo novo coronavírus.

"Acreditamos que podemos manter a nossa atividade com toda a segurança e gostávamos que as regras fossem revistas", disse Pedro Fidalgo Marques, frisando que muitas das escolas "podem não subsistir" se as regras não forem alteradas, porque nas condições atuais "não lhes compensa" reabrir.

Este porta-voz salientou que "há também muitas pessoas que vivem da dança" e considerou que "é possível haver contacto físico, desde que sejam cumpridas regras de segurança", dando o exemplo da "dança de pares, utilizando máscara e viseira".

A posição da plataforma, que segundo o seu representante "agrupa escolas de todo o território nacional, desde o Algarve ao Minho", foi comunicada, na altura, em carta aberta dirigida ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, aos presidentes de Câmara e de Juntas de Freguesia do país.

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