Infeções com a variante Delta explodem no Brasil

por RTP
Reuters

Numa altura em que o executivo de Jair Bolsonaro promove uma retoma das atividades económicas, a reabertura das escolas e dos locais de diversão, uma terceira vaga da pandemia de Covid-19 está a alastrar no Brasil. O cientista Miguel Nicolelis descreve a situação como uma catástrofe iminente e alerta para o facto de a variante Delta do SARS-CoV-2 estar a aumentar no país. No Rio de Janeiro já representa 45 por cento dos novos casos.

Dados do Instituto Fiocruz revelam que a variante Delta aumentou de 2,3 por cento em junho para 23,6 em julho.

É como uma onda, um tsunami, que varreu a costa e agora retrocedeu”, afirmou Miguel Nicolelis em entrevista aos Jornalistas Livres, no passado dia 13 de agosto.

“O tsunami da segunda vaga no Brasil recuou com o mar apenas para ganhar energia, e essa energia vai de alguma forma reproduzir o que está a acontecer noutros países. Enquanto o mundo inteiro está com uma explosão dos casos com a variante Delta, nós estamos a aguardar que isso aconteça no Brasil”, acrescentou.

O Brasil já registou mais de 569 mil óbitos e mais de 20 milhões de casos de infeção. Apesar de os números estarem a decrescer nos últimos tempos, o país continua a registar médias diárias muito altas de mais de 28 mil infeções e 800 mortes.

Na conversa com a jornalista Katia Passos, o cientista criticou o relaxamento das restrições e a reabertura de eventos com aglomerações. “É surreal. Há uma incógnita entre duas variantes: a Gamma, que é brasileira, e a Delta, que chegou da Índia. Se a Delta explodir no Rio de Janeiro, é difícil segurar o pico de uma terceira vaga, pela densidade populacional e o fim do isolamento social em Estados próximos como São Paulo”.

O cientista descreve a atual situação da pandemia no Brasil como “uma disputa entre a variante Gamma e a variante Delta”. Mas, “essa luta está a ser vencida pela Delta, como era de esperar”.

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