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OMS: uma segunda vaga de Covid-19 pode ser "muito destrutiva"

por Marcos Celso - RTP
Anova normalidade em Paris Reuters

A Organização Mundial da Saúde tem sido constante em mostrar-se preocupada face às decisões políticas – demasiado rápidas para alguns – no chamado desconfinamento das medidas de proteção sanitária perante o vírus fatal, o SARS-CoV-2.

Desta vez, coube a Hans Kluge, diretor europeu da OMS, a tarefa de avisar, nesta quarta-feira, sobre os cenários desta ameaça que até pode comportar-se como se se tratasse da primeira vez quando a infeção surgiu na China, em finais de 2019.
Aparentemente, a pandemia do novo coronavírus está controlada – refere Kluge -, mas o facto é que o mundo ainda “não tem vacina nem cura para a Covid-19 ". Este responsável da OMS falava numa conferência de imprensa, e fê-lo em russo de modo a alcançar pessoas em países onde muitos conhecem o idioma (da própria Rússia à Arménia e até em Israel).

Assim, e esperando que a diáspora russa ouça estes importantes avisos da OMS, Hans Kluge reiterou as mesmas preocupações de um organismo de saúde da ONU sobre os perigos dessa "ameaça definitiva" de um surto repetido de Covid-19. É, sem dúvida, um “grito de alerta” para que os países que começam a “respirar um pouco” nesta primeira vaga, mantenham a vigilância constante e permanente.

“A segunda vaga não é inevitável. Mas um número crescente de nações está a levantar restrições e existe uma ameaça definitiva de um surto repetido da infecção Covid-19. Se esses surtos não forem isolados, uma segunda vaga poderá ocorrer e ser muito destrutiva ", alertou Kluge.

São palavras que surgem num momento em que, sobretudo na Europa, há um ambiente de retoma do dia a dia. Seja por razões económicas, seja por questões sociais e até políticas, o facto é que ninguém sabe o que pode ocorrer - ainda mais – com um vírus que teima em surpreender a humanidade. 
Por essas mesmas razões, políticos, analistas e especialistas mundiais olham para o que se vai fazendo por terras italianas. Naquele que é o país mais atingido da Europa, as autoridades passaram a permitir que passageiros de outros Estados membros da União Europeia (espaço Schengen) e do Reino Unido possam entrar no país sem a quarentena obrigatória de duas semanas.

São experiências reais às quais a OMS promete estar atenta e vigilante.

No entanto, no meio desta pandemia, há uma boa notícia, segundo Hans Kluge. A humanidade está agora em melhor posição para lidar com o novo coronavírus após o primeiro surto.

E se a OMS, agora, entende melhor este vírus e sabe a forma como enfrentá-lo mais eficazmente, há uma realidade à qual todos devem estar atentos e que nos entra todos os dias pela casa dentro: 6,4 milhões de casos de Covid-19 identificados em todo o planeta, mais de 380 mil mortos e efeitos devastadores na economia mundial constituem números impressionantes para um tão curto espaço de tempo de alguns meses, talvez pouco menos de meio ano se contarmos com a China.

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