Mundo
COVID-19
Pandemia afetou famílias vulneráveis e agravou problemas em Timor-Leste
A pandemia de covid-19 afetou especialmente as famílias timorenses mais vulneráveis, exacerbando problemas e desigualdades crónicos de que o país já padecia, incluindo diferenças entre as zonas urbanas e rurais, segundo um novo estudo.
Acesso limitado a serviços de saúde e até aos programas de apoio do Governo para mitigar o impacto da pandemia foram algumas das dificuldades identificadas pelo estudo, apresentado em Díli.
"Os impactos negativos da pandemia foram mais duros nas famílias mais pobres, em famílias fora da capital e em famílias com elevados níveis de vulnerabilidade social", explica o estudo, notando que a insegurança alimentar afetou até famílias com mais condições.
Produzido por equipas de várias agências das Nações Unidas, o estudo ouviu cerca de 4.300 famílias - num total de cerca de 25 mil pessoas - em todo o país, medindo valores como índices de riqueza e de vulnerabilidade social, desigualdades geográficas e outras.
O estudo expande uma primeira análise conduzida em cinco municípios de Timor-Leste em julho de 2020 e pretendia avaliar os impactos socioeconómicos da pandemia em indivíduos, famílias e comunidades. Posteriormente, uma segunda fase avaliou os impactos em micro, pequenas e médias empresas.
O primeiro-ministro Taur Matan Ruak disse que é crucial recuperar a economia, particularmente do lado da oferta, o que exige "infraestruturas, capacitação e habilitação de pessoas e reformas institucionais, que possam ajudar a economia a reagir".
O estudo mostra que duas em cada cinco pessoas que estavam a trabalhar em março de 2020 reportam ter perdido o emprego durante a pandemia, ainda que, um ano depois, a maioria (90%) reporte ter voltado a trabalhar.
Os dados indicam que os rendimentos das famílias recuperaram ao longo do último ano, ainda que continue relativamente baixa a taxa de cobertura nacional de programas de proteção e apoio social.
A crise sanitária foi ainda agravada pelo impacto severo das cheias de abril deste ano, que afetaram dezenas de milhares de famílias em todo o país.
Os dados confirmam a grande desigualdade interna, entre regiões, em Timor-Leste, com o enclave de Oecusse-Ambeno a registar a percentagem mais elevada de famílias economicamente vulneráveis (69,4%).
As regiões de Lautem e Viqueque, na ponta leste do país, e de Covalima, a sudoeste da capital, registam elevados níveis de vulnerabilidade social.
O estudo mostra que a vulnerabilidade afeta mais mulheres que homens, com famílias mais numerosas a registarem elevadas taxas de dependência.
O documento mostra ainda uma alteração na mobilidade interna, com cerca de 40% dos movimentos de pessoas desde o início do estado de emergência, em março de 2020, a ocorrem das zonas urbanas para as zonas rurais.
A taxa de participação laboral continua baixa, evidencia o estudo, rondando os 51,3%, com apenas 45,2% da força laboral a trabalhar, sendo que o setor informal e a agricultura empregam a maior fatia da população (mais de 70%).
Mais de metade das famílias ouvidas enfrentaram "pelo menos uma dificuldade" desde o início da pandemia, com 4% da população a ter que pedir para poder comer e mais de 41,1% a serem afetadas por insegurança alimentar grave ou severa.
"Os impactos negativos da pandemia foram mais duros nas famílias mais pobres, em famílias fora da capital e em famílias com elevados níveis de vulnerabilidade social", explica o estudo, notando que a insegurança alimentar afetou até famílias com mais condições.
Produzido por equipas de várias agências das Nações Unidas, o estudo ouviu cerca de 4.300 famílias - num total de cerca de 25 mil pessoas - em todo o país, medindo valores como índices de riqueza e de vulnerabilidade social, desigualdades geográficas e outras.
O estudo expande uma primeira análise conduzida em cinco municípios de Timor-Leste em julho de 2020 e pretendia avaliar os impactos socioeconómicos da pandemia em indivíduos, famílias e comunidades. Posteriormente, uma segunda fase avaliou os impactos em micro, pequenas e médias empresas.
O primeiro-ministro Taur Matan Ruak disse que é crucial recuperar a economia, particularmente do lado da oferta, o que exige "infraestruturas, capacitação e habilitação de pessoas e reformas institucionais, que possam ajudar a economia a reagir".
Dados preocupantes
Os dados indicam que os rendimentos das famílias recuperaram ao longo do último ano, ainda que continue relativamente baixa a taxa de cobertura nacional de programas de proteção e apoio social.
A crise sanitária foi ainda agravada pelo impacto severo das cheias de abril deste ano, que afetaram dezenas de milhares de famílias em todo o país.
Os dados confirmam a grande desigualdade interna, entre regiões, em Timor-Leste, com o enclave de Oecusse-Ambeno a registar a percentagem mais elevada de famílias economicamente vulneráveis (69,4%).
As regiões de Lautem e Viqueque, na ponta leste do país, e de Covalima, a sudoeste da capital, registam elevados níveis de vulnerabilidade social.
O estudo mostra que a vulnerabilidade afeta mais mulheres que homens, com famílias mais numerosas a registarem elevadas taxas de dependência.
O documento mostra ainda uma alteração na mobilidade interna, com cerca de 40% dos movimentos de pessoas desde o início do estado de emergência, em março de 2020, a ocorrem das zonas urbanas para as zonas rurais.
A taxa de participação laboral continua baixa, evidencia o estudo, rondando os 51,3%, com apenas 45,2% da força laboral a trabalhar, sendo que o setor informal e a agricultura empregam a maior fatia da população (mais de 70%).
Mais de metade das famílias ouvidas enfrentaram "pelo menos uma dificuldade" desde o início da pandemia, com 4% da população a ter que pedir para poder comer e mais de 41,1% a serem afetadas por insegurança alimentar grave ou severa.