A Moderna está a desenvolver uma vacina combinada que poderá conferir proteção, em simultâneo, contra a covid-19 e a gripe. No Fórum Económico Mundial, em Davos, o presidente executivo da farmacêutica norte-americana adiantou que este produto poderá estar disponível no inverno de 2023.
Para o inverno de 2023. Moderna desenvolve vacina contra covid-19 e gripe
“O melhor dos cenários seria o outono de 2023”, prosseguiu o CEO da Moderna.
O presidente executivo da farmacêutica com sede nos Estados Unidos tem advogado a necessidade de uma quarta dose da vacina contra a doença causada pelo SARS-CoV-2, face ao expectável declínio da proteção conferida pela terceira inoculação, ao cabo de alguns meses.
Israel foi o primeiro país a disponibilizar uma quarta dose da vacina contra a covid-19 para pessoas com 60 ou mais anos de idade.
Stéphane Bancel adiantou também que a Moderna está a concluir o processo de criação de uma vacina especificamente desenhada para a variante Ómicron do novo coronavírus. E que os ensaios clínicos deverão ter início a breve trecho.
“A vacina está a ser terminada”, referiu o responsável. Para acrescentar que espera poder partilhar dados mais concretos com os organismos reguladores no próximo mês de março.
A posição de Bancel vai no sentido do que havia afirmado, este mês, o presidente do ramo britânico da Moderna. Em declarações citadas pela edição online do jornal The Guardian, Darius Hughes admitiu, todavia, que a meta de uma vacina única a chegar ao mercado no inverno de 2023 pode ser ambiciosa.
Segundo Hughes, a “primeira prioridade” da Moderna para este ano, “depois de obter a vacina apropriada contra a variante Ómicron, é desenvolver uma “vacina respiratória de dose única”.
Danos no sistema imunitário? Fauci nega
Também em Davos, durante uma conferência online, o médico infecciologista Anthony Fauci, principal conselheiro do presidente dos Estados Unidos, sustentou que não há evidências de que a sucessão de doses vacinais de reforço possa causar danos ao sistema imunitário.
Fauci mostrou-se igualmente favorável ao desenvolvimento de uma vacina que induza uma resposta imunitária contra diferentes variantes.
O especialista norte-americano considerou ainda prematura a ideia de que a variante Ómicron – com maior transmissibilidade, mas aparentemente menos agressiva - possa ser encarada como o início do fim da pandemia da covid-19.
“É uma questão em aberto saber se a Ómicron vai ser a vacina do vírus vivo que toda a gente espera”, assinalou.