Plano Nacional das Artes põe `online` recursos educativos para alunos e professores

por Lusa

O Plano Nacional das Artes (PNA) criou uma página `online` de recursos educativos com conteúdos de cultura e outra áreas, "para dar apoio aos alunos e professores" nesta fase de confinamento forçado pela pandemia covid-19.

Contactado pela agência Lusa, o comissário do PNA, Paulo Pires do Vale, explicou que a página, disponível desde terça-feira, no endereço https://www.pna.gov.pt/recursos-educativos, terá como objetivo apoiar as escolas e o setor cultural, em particular, alunos, professores, artistas e mediadores.

A página de recursos pedagógicos, cuja criação estava prevista nas medidas do PNA, foi antecipada com o surgimento da pandemia, e deverá receber novos conteúdos semanalmente.

Na terça-feira, a página recebeu mais de 3.000 visitas, disse o comissário à Lusa.

"Estivemos a refletir sobre este tempo e o que aí vem, e a pensar como podemos ajudar professores, alunos e pais numa altura em que as escolas estão fechadas", enquadrou o filósofo e curador.

Ali vão ser reunidos conteúdos transdisciplinares, cruzando a área da cultura, das artes ao património, com a área científica, da matemática à física, e também de questões da cidadania ou igualdade de género.

"Os conteúdos vão introduzir a cultura ligada a outras disciplinas para que possa chegar aos alunos e professores como uma ferramenta muito útil, sobretudo nestes tempos desafiantes para todos", sublinhou.

Por outro lado, segundo o comissário, face aos cancelamentos que têm penalizado a área da cultura, "será alocada uma parte substancial do orçamento do plano para fazer encomendas a artistas e mediadores".

"Já era uma medida contemplada no PNA, e foi reforçada com alguma urgência, para apoiar as escolas e o setor cultural. Estamos a fazer encomendas a artistas, mediadores e organizações culturais para que seja alimentada a página semanalmente com novos conteúdos", indicou Paulo Pires do Vale, acrescentando que "o grande desejo é dar uma resposta à urgência da situação".

Questionado sobre o valor que vai ser destinado ao projeto, e como foram escolhidos os artistas, o comissário do PNA indicou que "para os recursos educativos, e medidas que darão origem a mais recursos, como a formação de professores e os artistas residentes, está previsto no atual orçamento retificado para este ano, de 363.000 euros".

Sobre a escolha de artistas, mediadores e instituições culturais, o responsável explicou que "recaem na qualidade das propostas e naqueles que têm experiência na áreas", seja a dança, música, teatro, artes plásticas, e se enquadrem neste projeto que une a tutela da educação e da cultura a nível nacional.

"Estamos a avançar com propostas que já estavam previstas devido à urgência da situação, mas a reflexão é fundamental. É preciso não ceder à tentação de fazer só por fazer, porque o meio digital é outro e a mensagem tem de ser também adaptada", sustentou.

Os conteúdos reúnem "propostas para promover uma aprendizagem associada ao prazer, ao jogo, à experimentação e à criatividade, e para assegurar a centralidade das artes e do património na formação dos alunos, porque a educação só será completa se integrar a dimensão cultural e artística", defendeu.

Quanto à medida sobre os artistas residentes nas escolas, vai ser repensada nos seus moldes, visto que o atual quadro de pandemia coloca exigências de distanciamento social.

O PNA, lançado em junho de 2019, levou já 65 escolas de Norte a Sul do país a executarem projetos culturais, tendo em conta a diversidade sociocultural, patrimonial e artística do território onde se inserem.

O plano é uma iniciativa das áreas governativas da cultura e da educação, e é desenvolvido em parceria com a administração local, entidades privadas e sociedade civil, assumindo como missão dar um lugar central às artes e ao património, na formação ao longo da vida.

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