Presidente russo a favor do levantamento de patentes de vacinas

por Lusa

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje ser a favor de levantar as patentes das vacinas contra a covid-19, após uma proposta dos Estados Unidos nesse sentido, com o objetivo de acelerar a produção e distribuição global.

"É claro que a Rússia apoiaria tal abordagem. Nas condições atuais, como já disse muitas vezes antes, não se deve pensar em como obter o benefício máximo, mas em como garantir a segurança das pessoas", afirmou Putin durante uma reunião sobre a pandemia transmitida na televisão, pedindo ao seu Governo para trabalhar no assunto.

A Rússia desenvolveu quatro vacinas até agora, começando com a Sputnik V.

Hoje, as autoridades registaram a vacina Sputnik Light, de uma só dose e com uma eficácia de 79,4%.

Putin juntou-se assim aos EUA, que anunciaram na quarta-feira ser a favor do levantamento das patentes.

No entanto, o chefe de Estado russo não qualquer referência a essa proposta de Washington, chegando mesmo a afirmar que se tratava de uma "ideia na Europa".

"Merece atenção na minha opinião e com isso quero dizer o levantamento total da proteção de patente na vacinação contra a covid-19", prosseguiu.

A União Europeia garantiu hoje estar "pronta para discutir" este assunto, que vai ser tema na cimeira dos 27 Estados-membros no Porto, na sexta-feira, embora se mostre cética quanto à eficácia da medida para acelerar a vacinação global.

Até agora, a UE opôs-se à ideia.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse hoje ser "muito a favor do levantamento da propriedade intelectual" e a Alemanha indicou estar "aberta" à discussão.

Também de Roma vieram palavras favoráveis em relação à proposta norte-americana.

"A proposta de Biden sobre o acesso livre das patentes de vacinas para todos é um importante passo em frente. A Europa também tem um papel a desempenhar", reagiu o ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza, através da rede social Facebook.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.244.598 mortos no mundo, resultantes de mais de 155,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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