"A história de Erika", explicar o Holocausto aos mais novos através da literatura
Erika, uma menina que em 1944 sobreviveu ao Holocausto, é a protagonista de uma história para crianças escrita pela norte-americana Ruth Vander Zee e que é reeditada em Portugal, assinalando os 70 anos da libertação do complexo nazi Auschwitz-Birkenau.
Recomendado para crianças a partir dos 10 anos, "A história de Erika", escrito por Ruth Vander Zee e ilustrado por Roberto Innocenti, evoca o Holocausto, que terá custado a vida a cerca de seis milhões de judeus durante o regime nazi.
Ruth Vander Zee conheceu Erika em 1995, num encontro ocasional em Rotemburgo, na Alemanha, e a história de vida que ela lhe contou motivou este livro para crianças, publicado em Portugal em 2007 e reeditado agora, quando passam 70 anos do fim do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial.
Erika nasceu em 1944, mas desconhece tudo sobre a família. A única coisa que sabe é que foi salva do Holocausto pelos pais, depois de ter sido atirada de um comboio que seguia para um campo de concentração. Tinha poucos meses de vida e foi resgatada por uma mulher, que a adotou.
"Foi ela que decidiu que o meu nome seria Erika. Foi ela que me deu um lar. Foi ela que me alimentou, que me vestiu, que me mandou para a escola. Ela foi boa para mim", escreve Ruth Vander Zee no livro, reproduzindo a narração de Erika.
"A história de Erika", que integra o Plano Nacional de Leitura, soma vários prémios internacionais e foi eleito em 2004 um dos livros de leitura recomendada na Alemanha.
As ilustrações hiperrealistas de Roberto Innocenti, quase todas em tons de cinzento, "reforçam os sentimentos profundos que a autora transmite com o texto", sustenta a editora portuguesa.
Em Portugal estão publicados alguns títulos para a infância e juventude que abordam direta ou indiretamente o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial, com recurso à ilustração e à banda desenhada.
Entre eles estão, por exemplo, o álbum ilustrado "Fumo", de Antón Fortes e Joanna Concejo, pela editora OQO, "O diário de Anne Frank", de Anne Frank (Porto Editora), "O rapaz do pijama às riscas", de John Boyne, pela Asa, e a banda desenhada "Maus", de Art Spiegelman.
Hoje assinala-se o Dia Mundial das Vítimas do Holocausto. A 27 de janeiro de 1945, as forças soviéticas libertaram o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que se tornou num símbolo do Holocausto, que terá custado a vida a cerca de seis milhões de judeus.
Em novembro de 2005, as Nações Unidas aprovaram uma resolução para marcar o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional em Homenagem às Vítimas do Holocausto e apelou aos países para que promovam programas educativos para transmitir a memória desta tragédia.