De acordo com a Cosac Naify, a edição brasileira de "A menina do mar" inclui um glossário "para explicar algumas expressões e vocabulários do português de Portugal" e uma nota bibliográfica de Liliana Jacoto, professora de Literatura Portuguesa em São Paulo.

No livro, Sophia de Mello Breyner Andresen "projeta sobre as crianças de todas as idades o desejo de mergulhar definitivamente no Azul, de unir a terra e a água numa mesma pátria de alegria e fluidez", escreveu Liliana Jacoto.

A obra, que em Portugal faz parte do Plano Nacional de Leitura, conta a história de um menino, que vive numa casa branca voltada para o mar, que um dia encontra uma menina, pequenina e de cabelos azuis, que estava a dançar com um polvo, um caranguejo e um peixe.

"A menina do mar", publicado em 1958, é um dos mais conhecidos textos de Sophia de Mello Breyner Andresen para a infância. Ao longo de mais de 50 anos, teve várias reedições, ilustrado por artistas como Sarah Affonso, Armando Alves, Luís Noronha da Costa e, mais recentemente, Fernanda Fragateiro.

Em 2015, a editora Cosac Naify planeia editar "A fada Oriana", outro dos contos para a infância, que Sophia de Mello Breyner Andresen publicou em 1958.

Em várias entrevistas, Sophia de Mello Breyner Andresen revelou que a ideia de escrever para crianças nasceu da necessidade de contar histórias aos filhos. A primeira obra foi precisamente "A menina do mar", inspirada numa história incompleta que a mãe lhe tinha contado sobre uma menina que vivia nas rochas.

"Como a coisa que eu mais adorava na vida era tomar banho de mar, essa menina tornou-se para mim o símbolo da felicidade máxima, porque vivia no mar, com as algas, com os peixes... Então eu comecei a contar a história a partir disso", afirmou a escritora, numa entrevista a Eduardo Prado Coelho, citada na página oficial na Internet.

Sophia de Mello Breyner Andresen, uma das mais distintas vozes literárias do sécullo XX português, nasceu no Porto, em 1919, e morreu em Lisboa, a 02 de julho de 2004.

Para a infância, publicou ainda "A noite de Natal" (1959), "O cavaleiro da Dinamarca" (1964), "O rapaz de bronze" (1966), "A floresta" (1968), "A árvore" (1985), "A cebola da velha avarenta" (1986) e, a título póstumo, "Os ciganos", obra completada pelo neto, Pedro Sousa Tavares.

A 02 de julho passado, dez anos depois da morte, o corpo de Sophia de Mello Breyner Andresen foi trasladado para o Panteão Nacional, em Lisboa.