"A revista é liiiinda" estreia quarta-feira no Maria Vitória

O Teatro Maria Vitória estreia quarta- feira "A revista é liiiinda", onde ao lado da crítica social e política surgem as homenagens aos poetas, ao actor e encenador Eugénio Salvador e às coristas.

Agência LUSA /

Mário Raínho chefia a equipa de autores constituída por Francisco Nicholson, que regressa à revista, Nuno Nazareth Fernandes e Carlos Mendonça que assina igualmente os figurinos.

O alegado "arrastão" na praia de Carcavelos, o caso Casa Pia e a Justiça em Portugal, o aeroporto da OTA, os fogos florestais, o ex- ballet Gulbenkian, a comunicação social e as presidenciais são alguns dos temas parodiados.

Entre as várias referências aos candidatos presidenciais, reportando-se à candidatura de Manuel Alegre afirma-se: "Só um grande poeta é que acha que isto é um país", que se afirma noutro quadro que "está a ruir".

Mas os poetas são tema para um dos quadros da revista, uma "rua de poetas", até porque, como afirma uma das personagens, "os poetas nunca morrem".

"Ser poeta - afirma outra personagem - é saber escolher as palavras que o povo merece".

Em cena "surgem" Fernando Pessoa, Barbosa du Bocage, Natália Correia e Florbela Espanca, que conversam entre si e trocam piadas à actual situação.

Um outro quadro é totalmente dedicado a José Carlos Ary dos Santos, que assinou vários êxitos de revista.

O actor José Raposo encarna a figura do autor de "Lisboa menina e moça" e um telão evoca a casa onde o poeta viveu, na rua da Saudade à Costa do Castelo, em Lisboa.

Outra homenagem é feita às coristas, "eternas meninas", e ao actor e encenador Eugénio Salvador, que foi cabeça de cartaz de várias revistas no Parque Mayer, nomeadamente do Teatro Maria Vitória, o único a funcionar naquele espaço.

O Teatro destruído por um incêndio a 10 de Maio de 1986 voltou a abrir portas a 01 de Março de 1999 e, para o seu proprietário, Hélder Costa, "o teatro é para ficar".

A revista que quarta-feira estreia procura "uma renovação da linguagem e da estética", segundo Mário Raínho.

Raínho assina também os diferentes momentos musicais da revista, interpretados por Filipa Cardoso, vencedora o ano passado da Grande Noite do Fado de Lisboa, o cantor romântico Beto e ainda a actriz Paula Sá.

"A revista é liiiiinda" assinala ainda o regresso aos palcos do Parque do actor Octávio de Matos que, entre outros quadros, interpreta o de homenagem a Eugénio Salvador e o ilusionista chinês.

Num revista onde os textos são uma constante indignação pela actual situação político-económica, há ainda lugar para uma proposta, revitalizando um antigo número de Hermínia Silva, "um governo de fadistas!".

Constituindo esse Executivo surgem os nomes de Mariza (Negócios Estrangeiros), Camané (Finanças), Argentina Santos (Segurança Social), Anita Guerreiro (Defesa), Carlos do Carmo (Economia), João Braga (Cultura), Mísia (Justiça), Beatriz da Conceição (Ambiente), Maria Armanda (Educação) ou Marina Mota na Marinha ("pela sua ligação ao Oceano").

"A revista é liiiiinda" é uma produção de Hélder Costa e da Toca dos Raposos, Maria João Abreu e José Raposo lideram o elenco, constituído também por Alice Pires, Paulo Vasco, Paula Sá e Octávio de Matos.

A música é assinada pelo guitarrista Fontes Rocha, Prémio Amália Rodrigues Melhor Compositor de Fado, Carlos Alberto Moniz e Nuno Nazareth Fernandes.

A cenografia é de Eduardo Cruzeiro e as coreografias da responsabilidade de Paulo Jesus.

Esta é a décima terceira revista que Mário Raínho assina como chefe da parceria de autores, contando já no seu palmarés 14 revistas.

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