Actores do filme "Gomorra" na prisão por serem mafiosos na vida real

Roma, 05 Jan (Lusa) - Três dos actores do filme italiano "Gomorra", que personificavam chefes da Camorra, a máfia napolitana, acabaram na prisão, sob a acusação de serem mafiosos também na vida real.

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A longa-metragem "Gomorra", de Matteo Garrone, baseado na obra homónima de Roberto Saviano, desvenda os meandros da Camorra e a maioria dos seus intérpretes são actores não-profissionais escolhidos nas ruas de Nápoles.

Três deles, segundo as acusações, pertencem realmente ao mundo descrito no livro de Saviano.

Os «media» italianos noticiaram hoje que há alguns dias foi detido Giovanni Venosa, um dos actores do filme, sob as acusações de extorsão e tráfico de droga.

No filme de Garrone, candidato italiano ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro da academia cinematográfica norte-americana, Venosa interpreta o papel de um dos chefes locais da Camorra.

Para os investigadores, na vida real, o "actor" é apenas um membro da organização que trafica droga e recolhe o dinheiro por meio de extorsão.

Venosa foi sentenciado há alguns meses a dois anos de liberdade condicional e trabalhava em Modena, no norte de Itália, mas, durante uma saída por bom comportamento, a polícia apanhou-o a extorquir dinheiro aos comerciantes de Nápoles.

Antes dele, tinham sido detidos Salvatore Fabbricino e Bernardino Terracciano, também protagonistas de "Gomorra".

Fabbricino é, no filme, um dos muitos jovens que trabalham para a Camorra no bairro de Scampia, nos subúrbios de Nápoles, onde decorre a acção.

Tal como em "Gomorra", Fabbricino foi detido por vender droga e trabalhar para um chefe local.

Bernardino Terracciano, que no filme interpreta o papel de "Tio Bernardino", um dos chefes da Camorra, foi detido em Outubro passado durante uma operação contra o clã dos Casalesi, após o assassínio de sete imigrantes africanos em Castel Volturno.

ANC.


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