Nascido a 18 de Agosto de 1922 em Brest, Finisterra, Alain Robbe-Grillet foi estudante em Paris e formou-se engenheiro agrónomo em 1945, o que o levou a trabalhar em Marrocos, Guiné e Guadalupe.

A escrita surgiu só na segunda metade do século XX, rompendo com a estética romanesca em França, fruto possivelmente da sua formação em engenharia, que o fazia ver, como diz hoje o jornal Le Monde, "a arte como uma ciência, cujas novas verdades se impõem às mais antigas".

O livro "Les Gommes", de 1953, é considerado o primeiro exemplo desse novo movimento de renovação do romance, que os jornalistas da época designaram como "nouveau roman".

Além de Robbe-Grillet, dessa nova escola faziam ainda parte nomes como Claude Simon, Marguerite Duras e Nathalie Sarraute, todos eles com livros traduzidos em português.

O autor chegou a publicar em 1963 uma obra, intitulada "Pour un nouveau roman", que defendia uma renovada forma de estruturar a narrativa, as personagens, o enredo.

Da sua obra estão publicados em Portugal "Entre dois tiros", "No labirinto", "Encontro em Hong-Kong", "O ciúme" ou "Djinn: uma mancha vermelha no pavimento estragado".

"Un roman sentimental", de 2007, é a sua última obra literária.

Escreveu ainda argumentos para cinema, entre os quais "O ano passado em Marienbad", que Alain Resnais realizou e com o qual vence o Leão de Ouro em Veneza em 1961.

Alain Robbe-Grillet foi ainda conselheiro literário da editora Éditions de Minuit ao longo de trinta anos, deu aulas nas universidades de Nova Iorque e Washington e dirigiu o Centro de Sociologia da Lteratura em Bruxelas nos anos 1980.

Em Março de 2004 passou a integrar a Academia Francesa, mas o espírito contestatário, como descreve hoje o Le Figaro, impediu-o de ler o seu discurso oficial.