Alemanha lança ano de homenagem a Einstein

A Alemanha, onde o cientista Albert Einstein nasceu mas que deixou com a chegada do nazismo, prepara-se para lançar um vasto programa de homenagem ao génio do século XX no 100/0 aniversário das suas teorias revolucionárias.

Agência LUSA /
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O chanceler Gerhard Schroeder dará início quarta-feira ao "Ano Einstein", que incluirá uma série de congressos, exposições e manifestações que tentarão ajudar a compreender a obra e a personalidade contraditória e excêntrica de um Prémio Nobel que, segundo consta, não usava meias.

A Alemanha, cuja nacionalidade Einstein abandonou para se tornar cidadão suíço, e depois norte-americano, quer prestar homenagem ao "espírito livre, pacifista, cidadão do mundo e visionário" que, aos 26 anos, revolucionou a física.

Foi em 1905, quando ainda não era professor, que Albert Einstein (1899-1955) publicou ensaios fundamentais cujas aplicações iriam marcar o século.

Enunciou primeiro que a luz se comporta simultaneamente como uma onda e um fluxo de partículas, o que lhe valeu o Prémio Nobel em 1921 e abriu caminho, nomeadamente, à investigação sobre radares.

Provou teoricamente a existência dos átomos e das moléculas e mostrou depois que as características do tempo e do espaço não são absolutas, mas dependem do observador, segundo o princípio da relatividade.

Finalmente, estabeleceu a relação entre massa e energia através da célebre fórmula E=mc2, que seria determinante para a produção de energia nuclear e o fabrico da bomba atómica, no qual todavia não participou.

Einstein, que não apreciava o culto da personalidade, só conheceu a glória a partir de 1919, quando a sua teoria sobre a luz se confirmou durante um eclipse de Sol.

Com o final da Primeira Guerra Mundial, o físico envolveu-se cada vez mais no pacifismo e chegou a presidir à Liga dos Direitos do Homem.

Por estes motivos, e devido à sua origem judaica, foi arrastado pela lama pelos nazis que pilharam a sua casa em Berlim.

Refugiou-se então em Princeton, nos Estados Unidos, onde se dedicou ao ensino.

Na véspera da Segunda Guerra Mundial escreveu uma carta ao presidente Franklin Roosevelt a avisá-lo de que os nazis poderiam em breve fabricar uma bomba atómica. Em resposta, Roosevelt lançou o "Projecto Manhattan", que levou à utilização de bombas atómicas em Hiroshima e Nagazaki para forçar o Japão a capitular.

Assustado com as aplicações das suas pesquisas, o físico defendeu a partir daí sem descanso a desmilitarização e a criação de um governo mundial.

Ocupou-se também na questão da criação do Estado de Israel, de que chegou a ser apontado como primeiro presidente.

Violinista brilhante, morreu aos 76 anos de vido à ruptura de um aneurisma. As suas cinzas foram espalhadas num local secreto, mas o cérebro continua conservado nos Estados Unidos, para fins científicos.

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