Ano de consagração internacional para atriz brasileira Fernanda Torres

Para a atriz brasileira Fernanda Torres, 2025 foi o ano de consagração internacional, pela interpretação no filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, cujo reconhecimento deu mais visibilidade ao cinema brasileiro.

Lusa /

Fernanda Torres, 60 anos, foi eleita a personalidade do ano na lusofonia pelos jornalistas da agência Lusa, numa votação disputada com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o juiz Alexandre Morais, relator do processo contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

A atriz está atualmente a filmar "Os Corretores", com realização de Andrucha Waddington, fechando um ano que começou com um Globo de Ouro, o primeiro atribuído pela Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood a uma atriz brasileira, e com uma nomeação para os Óscares.

Tudo isto pela interpretação no filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, inspirado na história verídica da ativista e advogada Eunice Paiva e do marido e político Rubens Paiva, que foi preso, torturado e morto durante a ditadura militar do Brasil (1964-1985).

O filme baseia-se no livro de memórias "Ainda Estou Aqui", do escritor Marcelo Rubens Paiva, relatando não só a repressão e os atos de tortura sofridos pelo pai -- cujo corpo nunca foi encontrado -- como também a capacidade de superação e resistência da mãe até ao final da vida.

Fernanda Torres não venceu o Óscar de Melhor Atriz, mas "Ainda Estou Aqui" recebeu o prémio de Melhor Filme Internacional, traduzindo-se também num reconhecimento do cinema e da cultura brasileira, como afirmou na altura Walter Salles.

A prestação de Fernanda Torres foi vista por mais de cinco milhões de espectadores nos cinemas brasileiros e valeu-lhe, em maio, uma condecoração com a Ordem do Mérito Cultural, atribuída pelo presidente Lula da Silva.

Além de Fernanda Torres, também Walter Salles e Marcelo Rubens Paiva foram distinguidos com a mais alta condecoração pública na área cultural no Brasil.

Fernanda Torres, atriz e escritora, nasceu no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1965, e cresceu no meio artístico, sendo filha da atriz Fernanda Montenegro e do ator Fernando Torres.

Estreou-se ainda na adolescência quase em simultâneo no teatro, em cinema e televisão, um meio onde se popularizou sobretudo em humor e comédia, embora lhe seja reconhecida a versatilidade noutros registos.

Fernanda Torres já tinha trabalhado anteriormente com Walter Salles, nomeadamente em "Terra Estrangeira" (1995), rodado em Portugal, um país onde tem casa e onde também fez cinema e teatro. Em 1988, então com pouco mais de vinte anos, entrou no filme "A Mulher do Próximo", de José Fonseca e Costa, e em 2004 subiu a palco com o monólogo "A Casa dos Budas Ditosos", a partir de uma obra de João Ubaldo Ribeiro.

Em 2013, Fernanda Torres fez a estreia literária com o romance "Fim", seguindo-se "Sete Anos: Crónicas" (2014) e "A Glória e Seu Cortejo de Horrores" (2017).

SS // MAG

 

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