Ano do Brasil em Portugal "ficou muito acima das expetativas"

por Lusa

Lisboa, 08 jun (Lusa) - O comissário-geral do Ano do Brasil em Portugal, António Grassi, afirmou hoje que o evento, que encerra no dia 10 de junho, "superou todas as expectativas", na adesão de artistas brasileiros e do público português.

Em declarações à agência Lusa, António Grassi, comissário-geral do evento, recordou que foram realizadas cerca de 300 iniciativas ao longo de dez meses, com a participação de cerca de 3.000 artistas e técnicos brasileiros.

"Mesmo com todo o investimento e planeamento que foi feito, nunca imaginámos um resultado tão interessante na recetividade do público em Portugal", avaliou.

O Ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil são dois eventos paralelos, a decorrer em ambos os países desde setembro de 2012, para divulgar manifestações artísticas e culturais, intensificar o intercâmbio científico e tecnológico, e estreitar as relações económicas entre ambos.

A programação brasileira abrangeu as áreas da música, do teatro, da dança, da literatura, da fotografia, das artes plásticas e artes visuais.

"Portugal ficou a conhecer-nos melhor e ficou a saber que o Brasil é muito mais do que telenovelas", comentou António Grassi sobre as centenas de artistas que se apresentaram em Portugal e que habitualmente não atuam na Europa.

Para o comissário-geral do Ano do Brasil em Portugal, "o grande desafio, a partir de agora, vai ser o que fica para depois, a consolidação". "Este evento abriu portas para a divulgação da criação artística brasileira, e pode contribuir para alargar outras áreas, como a do turismo".

Grassi destacou a Mostra de Teatro, Circo e Dança, "que trouxe a Portugal companhias que não teriam condições para estarem presentes" no país, e tendo algumas seguido para outras cidades europeias.

"Houve também parcerias importantes, como, por exemplo, aquela que garantiu a sobrevivência do FITEI" - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, cuja edição deste ano, ainda a decorrer no Porto, foi possível devido ao apoio da Fundação Nacional das Artes do Governo brasileiro (Funarte).

O Ano do Brasil em Portugal foi financiado pelo Governo do Brasil através da Funarte, do Ministério da Cultura, do Ministério das Relações Exteriores e da Embratur - Instituto Brasileiro do Turismo.

Sobre o valor investido por estas entidades brasileiras no evento, António Grassi indicou que foram cerca de cinco milhões de euros, "um valor razoável para um evento de dez meses".

Para o encerramento oficial, a cantora e atriz brasileira Maria Bethânia virá a Lisboa, a 10 de junho, para dar um espetáculo com canções e leitura de textos, às 21:00, no Teatro Nacional de São Carlos.

O teatro lírico português reabre assim as portas a géneros musicais, que não a ópera ou a música erudita, depois do fado, com Amália, Camané ou Mísia, entre outros intérpretes, e do concerto de jazz do pianista norte-americano Bill Evans, em 1975.

"Bethânia e as Palavras" é o título do espetáculo em que a cantora e atriz vai interpretar excertos de canções brasileiras, e fazer a leitura e interpretação de poetas e escritores portugueses e brasileiros.

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