António Zambujo lança "Outro Sentido"

O fadista António Zambujo revisita, no novo álbum "Outro sentido", a editar esta semana, os repertórios de Amália, Adriano Correia de Oliveira, Carlos Ramos e ainda os cancioneiros brasileiro e açoriano.

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"Este não é assumidamente um disco de fados e antes um disco com fados, onde exploro outras sonoridades como o jazz e a bossa nova que influenciaram a minha formação musical", disse António Zambujo.

A base musical do álbum é o violão, sendo o artista acompanhado por Carlos Manuel Proença (guitarra clássica), José Manuel Neto e Paulo Parreira (guitarra portuguesa) e Ricardo Cruz (contrabaixo/baixo acústico), Mário Delgado (guitarra eléctrica), Paulo Guerreiro (trompas), Fernando Nunes (programação de loop), Daniela de Brito (violoncelo), se bem que o próprio fadista se acompanha, nomeadamente em "A nossa contradição" além de assinar alguns arranjos musicais.

O produtor musical é Ricardo Cruz, que já o fora nos dois anteriores álbuns de Zambujo, "O mesmo fado" e "Por meu cante".

Entre os 13 temas que compõem "Outro sentido", destaque para o tema açoriano "Chamateia" (António Melo de Sousa/Luís Alberto Bettencourt) que conta com a participação especial das Vozes Búlgaras Angelite.

"Foi uma feliz coincidência, o grupo estava em digressão em Portugal, ouviram o tema e gostaram e gravámos no Teatro Viriato, em Viseu", explicou o cantor que considera este um dos temas "mais tocantes".

Todos os outros temas do álbum foram gravados nos estúdios Pé de Vento, nos passados meses de Junho e Julho.

Do outro lado do Atlântico escolheu um tema de Vinicius de Moraes e António Maria, "Quando tu passas por mim", e "Lábios que beijei" (J. Cascata/Leonel Azevedo).

"Neste álbum faço algumas homenagens, nomeadamente a Amália Rodrigues, Carlos Ramos e Max, que considero o cantor português mais completo", prosseguiu.

De Amália, Zambujo canta "Amor de mel, amor de fel" (A. Rodrigues/Carlos Gonçalves), "Fadista louco" (Alberto Janes), "Nem às paredes confesso" (Max/Artur Ribeiro/Francisco Trindade) e "Foi Deus" (A. Janes).

Ao repertório de Carlos Ramos (1907/1969) foi buscar "Eu já não sei" (Domingos Gonçalves Costa/Carlos Gonçalves).

"Foi para mim um desafio recriar todos estes clássicos da música portuguesa, aos quais proponho a minha perspectiva musical", disse.

Outro tema recriado por Zambujo é "Ao Sul" que João Monge e João Gil escreveram para a Ala dos Namorados.

Uma canção que Zambujo gostou e para a qual Carlos Manuel Proença fez um arranjo musical.

O único original do disco é "A nossa contradição", uma letra de Aldina Duarte para uma música de Alfredo Marceneiro.

António Zambujo aprendeu a tocar viola na Academia de Música de Beja, sua terra natal. Aos 16 anos venceu um concurso de fado, e em 2003 foi considerado a melhor voz do fado pela Rádio Central FM. Integrou o elenco do musical "Amália", de Filipe La Feria, e no ano passado recebeu o Prémio Amália Rodrigues para o Melhor Fadista.

Este ano apresentou-se no Instituto do Mundo Árabe, em Paris, convidado pela fadista Maria da Fé. Zambujo canta diariamente no Restaurante Senhor Vinho, em Lisboa, de Maria da Fé e do poeta José Luís Gordo.

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