Lisboa, 04 Dez (Lusa) - A Feira do Livro de Lisboa do próximo ano apresentará um novo plano com pavilhões modernos, contemplando a diferenciação, e deverá abrir a 23 de Abril, segundo a proposta apresentada pela APEL à Câmara de Lisboa.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Rui Beja, informou que a proposta de "modernização e renovação" da Feira do Livro foi já entregue à Câmara de Lisboa.
"Abrir a Feira no Dia Mundial do Livro tornará a inauguração um grande evento cultural como pretendemos para a grande festa do livro que é a feira", sublinhou.
Referindo-se à "diferenciação de pavilhões", Rui Beja frisou que esta "terá regras em prol de uma desejada harmonização".
"Há constrangimentos naturais como as copas das árvores, corredores de segurança, e acessibilidades", assinalou.
A proposta apresentada, segundo o mesmo responsável, inclui "uma aumento da área de restauração, mais qualificada, uma mini-feira do livro infanto-juvenil, melhorias dos acessos, instalações sanitárias, e sinalética".
O projecto apresentado teve em conta as conclusões do inquérito feito aos visitantes da Feira realizada este ano. "A esmagadora maioria" escolheu o Parque Eduardo VII como "o local ideal".
"A nova Feira apresentará uma grande renovação, contemplando o projecto cinco componentes que referimos como plural, cultural, nacional, inovador e inclusivo", referiu ainda.
Referindo-se ao novo formato dos pavilhões, precisou que eles "serão diferentes, com materiais mais modernos, mas reflectindo a tradição".
"Estes pavilhões - adiantou - serão modulares, permitindo acoplarem-se uns nos outros, podendo cada editor dispô-los como entender e facilitando também o acesso a crianças e a pessoas com deficiências. São mais flexíveis e permitem uma utilização pelas diferentes editoras sem custos adicionais na inscrição e haverá até uma certa economia".
A APEL já concertou a sua construção com uma entidade externa que os alugará, "de modo a que seja amortizado o investimento de 1,6 milhões de euros, em quatro ou cinco anos".
Por outro lado, indicou, "estes mesmos pavilhões serão utilizados na Feira do Porto", na medida em que a APEL aposta num "desfasamento das datas".
Enquanto a Feira da capital deverá decorrer entre Abril e meados de Maio, a da Invicta "irá de finais de Maio a meados de Junho".
Esta conjugação de datas leva Rui Beja a realçar "o carácter nacional" dos eventos, que deverão reflectir "uma maior centralidade (...), sem secundarizar os específicos de cada editor".
A nova Feira deve, igualmente, ser "inclusiva", procurando uma ligação com todo o mercado livreiro e tornando o livro motivo de "festa e atenção", outra razão para que se antecipe a data tradicional, uma vez que "nos meses de Abril e Maio não há tantas distracções lúdico-culturais", defendeu Rui Beja.
"Procurar-se-á parcerias com as livrarias da cidade, nomeadamente através de acções conjuntas, alargando a intensidade da Feira", acrescentou.
Uma característica que a feira irá manter é a escolha de uma país-tema, que no próximo ano será o Brasil.
"Está tudo encaminhado nesse sentido e há abertura das entidades brasileiras, falta apenas a confirmação deste projecto pela autarquia e o convite formal", disse.
A APEL considera o projecto "bem encaminhado" e Rui Beja observou mesmo que a sua equipa "está confiante" e espera agora o "sim" da autarquia de Lisboa, que terá de se pronunciar dentro de cerca de um mês.
Caso a Feira arranque em Abril, Rui Beja reconheceu que "o prazo até lá é curto, mas possível com um esforço".
"Esforço grande" foi como qualificou o trabalho da sua equipa para apresentar este projecto em menos de três meses desde que foi eleito para ficar à frente dos destinos da APEL.
NL.
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