Arena d`Évora com inovações na cobertura amovível e nos curros

As inovações na cobertura amovível e nos curros são dois dos elementos dominantes da Arena d`Évora, um pavilhão multiusos que resultou da adaptação da antiga praça de touros da cidade e que sábado abre as portas.

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Segundo José Ernesto Oliveira, presidente do município local, entidade responsável pelo projecto de recuperação da praça de touros, que custou 3,1 milhões de euros, o novo espaço polivalente integra "soluções que são experimentadas pela primeira vez em termos mundiais".

Um desses casos é a cobertura amovível que, frisou o autarca, se distingue de todas as outras utilizadas em projectos do género.

"Não há nenhuma igual. Com esta leveza, funcionalidade, rapidez de abertura e funcionamento e este aspecto, a cobertura da Arena d`Évora é a única que existe a nível mundial", assegurou.

O arquitecto que "assinou" o projecto, Carlos Guedes de Amorim, também lembrou que Évora está classificada como Património da Humanidade e que o edifício da praça de touros está em zona protegida, a escassos metros das muralhas da cidade.

"Por isso, a intervenção tinha que ser muito contida", sublinhou, precisando que a cobertura amovível, que se abre e fecha em pouco mais de cinco minutos, foi uma das preocupações nesse âmbito.

A cobertura ficou "muito baixinha", pelo que "o impacto visual é muito pequeno", e é concebida através de uma estrutura metálica, tubular, que abre e fecha através de um processo mecânico.

"Tem um sistema de controlo de ventos e chuvas e a superfície da parte central, que abre ou fecha, é feita num policarbonato, translúcido e mais leve, com parede tripla, através do qual se garante o isolamento térmico e acústico", disse.

Quanto aos curros da Arena d`Évora, espaço que vai continuar a acolher corridas de touros, além de servir para eventos culturais, desportivos e económicos, foram equipados com um "sistema inovador a nível internacional".

"É um espaço muito pequeno e, para a sua abertura e funcionamento, congeminámos um sistema com cabos de aço, operados a partir das galerias que ficam por cima. É um sistema completamente novo", garantiu o arquitecto.

Elementos que, para Carlos Guedes de Amorim e para José Ernesto Oliveira, imprimem "modernidade e inovação" à "velhinha" praça de touros.

"A parede exterior, que tem uma forma poligonal com 16 lados, todos diferentes, e a interior eram as nossas limitações. Tudo o resto foi feito de novo, procurando dar o máximo de visibilidade e comodidade às pessoas", frisou o arquitecto.

Quanto ao autarca, salientou tratar-se de um espaço com "muita dignidade", que a cidade "necessitava há muito" e que alia "funcionalidade, inovação, modernidade e beleza".

Com capacidade para cerca de cinco mil pessoas, a Arena d`Évora, financiada a 58 por cento por fundos comunitários, é a primeira sala de espectáculos de grandes dimensões da cidade e conta ainda com seis lojas, um restaurante e dois bares.

O projecto de recuperação da praça, desde há vários anos em degradação, surgiu depois de um acordo entre a autarquia e os proprietários do espaço, cabendo, agora, ao município o usufruto do complexo por um período máximo de 30 anos.

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