Arrancou primeira fase de requalificação da Basílica Real de Castro Verde

por Lusa

Castro Verde, Beja, 02 set 2019 (Lusa) - A primeira fase das obras de requalificação da Basílica Real de Castro Verde, no Alentejo, que está num estado de degradação "preocupante", já arrancou, num investimento de 65.000 euros, anunciou hoje o município.

Segundo a Câmara de Castro Verde, no distrito de Beja, a primeira fase das obras, que arrancou em agosto e tem um prazo de execução de 60 dias, inclui a limpeza manual do telhado, o arranjo de portas e janelas e a pintura total da basílica.

O investimento da primeira fase, no âmbito do Programa de Equipamentos Urbanos de Utilização Coletiva, vai ser financiado pelo município, em 28.285 euros, pelo Governo, em 26.225 euros, e pela União de Freguesias de Castro Verde e Casével e pela Paróquia de Castro Verde, em 5.245 euros cada.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o município refere que já está confirmada a aprovação da candidatura a um cofinanciamento da segunda fase das obras em 85% por fundos comunitários, através do Programa Operacional Regional Alentejo 2020.

Segundo o município, a segunda fase das obras, de "maior dimensão", prevê um investimento de 381.300 euros e irá incluir uma intervenção de conservação e restauro do teto pintado em madeira da basílica.

No seguimento de uma proposta apresentada pelo município, a empresa Somincor, a concessionária da mina de Neves-Corvo, situada no concelho, vai atribuir, ao abrigo da lei do mecenato, um apoio de 57.195 euros para financiar os 15% da contrapartida nacional da segunda fase das obras.

As duas primeiras fases de requalificação da Basílica Real de Castro Verde, no âmbito de uma ação que está a ser coordenada pela autarquia, vão implicar um investimento total de 446.300 euros.

Em declarações à Lusa, o pároco de Castro Verde, Luís Miguel Fernandes, disse que as intervenções previstas nas duas fases vão permitir "resolver os problemas mais urgentes e evitar uma maior fragilização da estrutura do edifício da basílica".

No entanto, frisou, a basílica, que está num estado de degradação "preocupante", precisa de "mais intervenções", as quais terão de ser trabalhadas e só poderão avançar à medida que se for conseguindo cofinanciamento comunitário.

Após concluídas as obras da primeira fase, será possível reabrir a basílica ao culto, disse Luís Miguel Fernandes.

Segundo o pároco, chove dentro da basílica e, devido a vários anos de infiltrações de água, há tábuas a despregaram-se no teto, que é forrado a madeira.

Já caíram fragmentos do teto e das "muito degradadas" pinturas murais da basílica, relatou, referindo que muitos dos azulejos do ciclo azulejar do edifício, datado do século XVIII e que retrata a Batalha de Ourique, estão desagregados da parede e em risco de colapso e, por isso, foi necessário recorrer a fita-cola para os fixar e evitar que caiam e se partam.

Por tudo isto, afirmou, o culto foi suspenso em março de 2017 na basílica, que só abre para visitas, mas algumas zonas, nomeadamente junto às paredes de azulejos, estão interditas.

A basílica, que foi fundada no século XIII e reconstruída no século XVIII, é a homenagem de D. João V a Castro Verde, onde se travou a batalha de Ourique, decisiva para afirmar Portugal como reino independente.

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