"Arrival", um filme de extraterrestres baseado em ciência

O novo projeto do cineasta Denis Villeneuve, “Arrival“, não é a comum história de invasões alienígenas. O filme baseia-se na teoria do relativismo linguístico de Edward Sapir e Benjamin Lee Whorf e revela um equilíbrio entre a ficção científica e o mundo moderno.

RTP /
Danny Moloshok - Reuters

A história desenvolve-se num mundo onde é possível ver o futuro, ao quebrar barreiras cognitivas que constroem a nossa experiência atual de vida. “Quando misteriosas naves espaciais pousam por todo o globo, uma equipa de elite (...) é destacada para investigar. Enquanto a humanidade está à beira de uma guerra global, a equipa corre contra o tempo para encontrar respostas”, lê-se na sinopse do filme de Denis Villeneuve.

O filme tem como personagem principal Louise Banks (Amy Adams), professora e especialista em línguas que é destacada para estabelecer contacto com os alienígenas que apareceram em vários pontos da Terra e tenta descobrir respostas às várias perguntas que atormentam o mundo.

A sólida estrutura narrativa de “Arrival” dá ao público a oportunidade de analisar várias possibilidades ao longo do enredo, tornando a experiência única e subjetiva.

O loop temporal existente e a ligação entre o campo da ficção e o campo do real aparecem de forma concisa e coerente.
Hipótese Sapir-Whorf
A dinâmica de "Arrival" é estabelecida através da hipótese Sapir-Whorf, segundo a qual o universo mental de cada pessoa é estipulado pela cultura e pelas diferentes línguas que fala. Esta hipótese vai ao encontro da anteriormente desenvolvida hipótese Weltanschauung (visão do mundo), que dizia que era impossível haver pensamento sem uma linguagem que o determinasse.

O filme de ficção científica e drama ressalta a necessidade da comunicação com tudo e todos. A hipótese Sapir-Whorf surge na ideia de que qualquer linguagem que falamos pode alterar a nossa visão do mundo.

A linguagem é vista como o meio que permite alterar profundamente a nossa experiência no tempo, na medida em que podemos experienciar o futuro da mesma forma que experienciámos o passado.
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