Art Spiegelman explica e desconstroi o livro "Maus" em "Metamaus"

Lisboa, 20 set (Lusa) - Para não voltar a explicar porque desenhou ratos e gatos para falar da família e do Holocausto, o autor Art Spiegelman editará em outubro "Metamaus", um livro que recupera a novela gráfica "Maus".

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"Metamaus: A look inside a modern classic, Maus" é já considerado pela revista Wired um dos livros da temporada, a editar em outubro pela Random House, no qual Art Spiegelman explica o que o levou a escrever aquela banda desenhada, as influências, as pesquisas, revela os esboços e os estudos, conta as histórias pessoais em torno do livro.

"Maus", livro biográfico sobre a família de Art Spiegelman, editado em dois volumes e que tem como pano de fundo o Holocausto, foi distinguido em 1992 com o Prémio Pulitzer, e é considerado uma das obras de referência da nona arte do século XX.

Vinte anos depois da sua publicação, o livro é revisitado e desconstruído pelo próprio autor e a edição integrará um DVD com entrevistas áudio de arquivo, incluindo declarações do pai, Vladek Spiegelman, protagonista do livro.

Em "Maus", editado em Portugal, Art Spiegelman recorre a animais para falar de judeus, nazis, polacos (ratos, gatos, porcos respetivamente) e sobre a família que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz.

Agora em "Metamaus", recorrendo novamente à banda desenhada, explica que "Maus" "teve um impacto no mundo muito maior do que esperava" e que ao longo destes anos todos os jornalistas continuavam a fazer-lhe sempre as mesmas perguntas: "Porquê [recorrer à] banda desenhada? Porquê ratos? Porquê o Holocausto?", lê-se na introdução no site da editora Random House.

"Maus" "é um livro sobre a relação de um filho e de um pai, que tentam compreender-se", diz o próprio autor num vídeo divulgado no Youtube, a propósito de "Metamaus".

Art Spiegelman, hoje com 63 anos, nasceu na Suécia, mas vive nos Estados Unidos.

Estudou artes, integrou o movimento "underground" de banda desenhada em Nova Iorque, deu aulas na Escola de Artes Visuais da cidade, fundou, juntamente com a mulher, Françoise Mouly, a revista de BD Raw, e colaborou com a revista New Yorker.

Apesar de "Maus" ser a sua obra mais conhecida, Art Spiegelman também publicou outros títulos de BD, como "In the Shadow of No Towers", de 2004, ainda nas cinzas dos atentados de 11 de setembro de 2001, e alguns livros para a infância.

Foi várias vezes distinguido com prémios como o Pulitzer, o Eisner e o grande prémio do festival de banda desenhada de Angoulême, em França.

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