Artistas têm de contornar muitas limitações e isso nota-se nas obras, afirma a vocalista de A Naifa
Lisboa, 03 out (Lusa) - Os artistas portugueses têm de contornar muitas limitações nos dias que correm e isso fica exposto nas obras artísticas, afirmou hoje a cantora Mitó Mendes, num encontro em Lisboa, sobre liberdade.
A cantora do grupo A Naifa falava num debate sobre música e liberdade, ao lado das artistas Amélia Muge, Aline Frazão e Lura, no âmbito dos encontros "Presente no futuro.pt", organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, no Centro Cultural de Belém.
Mitó Mendes considerou que "nada justifica o condicionamento da liberdade", mas lamentou que atualmente os artistas portugueses vivam limitações económicas.
E deu como exemplo o trabalho de A Naifa, que, com o último álbum, feito sobretudo de versões de canções portuguesas, como "Tourada", têm "acentuado o ativismo": "Nunca deixem de pensar pela própria cabeça", disse.
Amélia Muge sublinhou que "a liberdade é um ato de consciência" que "deve ser posto ao serviço de qualquer coisa", defendendo, no caso da arte, uma ligação à comunidade, aos cidadãos.
Aline Frazão, cantora nascida em Angola, recordou que "a música em si mesma não é garantia de liberdade", depende sempre de quem a utiliza.
Já Lura acredita que é possível mudar mentalidades pela música, "mas é preciso tempo".
"Eu prefiro apelar ao lado positivo das coisas, apelar à paz. (...) A minha liberdade é posta ao serviço de Cabo Verde, eu sou livre cantando, estando em palco", disse.