Auto da Índia levado à cena num barco na marina de Cascais

Lisboa, 22 Jul (Lusa) - O "Auto da Índia", de Gil Vicente, é apresentado de quinta a segunda-feira próximas, numa embarcação tradicional, ancorada na Marina de Cascais, tal como acontecera há 499 anos quando foi representado pela primeira vez em Almada.

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O auto é levado à cena pelo Teatro Experimental Cascais (TEC) sob a direcção de João Vasco, que seguiu a encenação delineada por Carlos Avilez quando o apresentou em 1970 na Exposição Universal de Osaka (Japão).

"Foi absolutamente inovador o modo como apresentou as personagens e fez as marcações e está actual. Aliás, o Avilez tinha já feito um grande inovação quando o apresentou no Teatro Experimental do Porto, com Alda Rodrigues, e mais tarde o levou às ex-colónias", disse à Lusa João Vasco.

O elenco de 1970 integrava, além de João Vasco, Lígia Telles, José de Castro, António Marques e Zita Duarte.

O elenco do "Auto da Índia" que será apresentado na marina é constituído por Mafalda Luís de Castro, Rita Leão, João Pedro Jesus, David Jorge e Ricardo Pires.

A peça tem 25 minutos e procura retratar o que se passava na metrópole quando os maridos partiam para a Índia em busca de riqueza e deixavam as mulheres sozinhas.

O TEC segue o texto vicentino, sem alterações, tal como foi fixado pelo investigador Dinis Jacinto da Universidade de Coimbra.

João Vasco defendeu que "todas as companhia subsidiadas deviam apresentar Gil Vicente.Apenas a Cornucópia o tem feito, e muito bem. Mas o Nacional, por exemplo, não leva à cena os nossos clássicos, nem Gil Vicente nem Almeida Garrett".

Para o Outono, o TEC prevê repor o "Auto da Índia" e o "Auto da barca do Inferno" com os cenários de Júlio Resende e Francisco Relógio, respectivamente.

O "Auto da Índia" foi representado pela primeira vez, em Almada, num barco, na presença da Rainha D. Leonor, viúva de D. João II.

NL.

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