Autor de "Sete Anos no Tibete" morre aos 94 anos na Áustria

O alpinista, investigador e escritor austríaco Heinrich Harrer, conhecido sobretudo pelo livro "Sete Anos no Tibete", que deu origem a um filme com Brad Pitt, morreu sábado, aos 94 anos, informaram familiares.

Agência LUSA /
EPA

Amigo do Dalai Lama, Heinrich Harrer "partiu com grande serenidade rumo à sua última expedição", lê-se num breve comunicado divulgado pela família na sua residência em Knappenberg, na região austríaca de Caríntia.

O comunicado não especifica a causa da morte, que ocorreu no hospital de Friesach, no sul da Áustria.

Nascido em 1912 em Knappenberg, o austríaco Heinrich Harrer entrou para a história do alpinismo em Julho de 1938, por ter participado na primeira escalada da vertente norte do monte Eiger, nos Alpes suíços.

Estava então prestes a dar-se uma grande reviravolta na sua vida.

No final da década de 30 e a dias do início da Segunda Grande Guerra, Harrer, que se filiou no partido nazi alemão, integrou uma expedição da Alemanha ao Nanga Parbat, nos Himalaias, sendo detido pelos britânicos. Conseguiu, no entanto, fugir a pé para o Tibete.

O alpinista, que ficou a residir em Lhasa, capital tibetana, onde foi professor do Dalai Lama e aprendeu tibetano e japonês, publicou "Sete Anos no Tibete" em 1953, tendo o livro sido adaptado ao cinema pelo realizador francês Jean-Jacques Annaud em 1997.

O livro, autobiográfico, termina com a chegada das tropas da China comunista ao Tibete, país cuja destruição cultural Heinrich Harrer denunciou, o que lhe valeu a medalha "Luz da Verdade", atribuída pelo governo tibetano no exílio.

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