Cultura
Basílica da Natividade declarada património mundial em perigo
Um processo urgente da Unesco permitiu a inclusão da Basílica da Natividade em Belém, Cisjordânia, na lista do património mundial em perigo. A decisão foi aprovada por 13 votos a favor, seis contra e duas abstenções. A Autoridade Palestiniana aplaudiu a decisão, que deverá libertar fundos para o restauro do local.
"Este reconhecimento pelo mundo dos direitos do povo palestinianos é uma vitória para a nossa causa e a nossa justiça", declarou Nabil Abou Roudeina, porta-voz do Presidente palestiniano.
O negociador palestiniano Saeb Erekat, saudou igualmente "um dia histórico".
A votação decorreu em São Petersburgo, na Rússia onde estavam reunidos os 21 membros do Comité do Património Mundial.
Restauro urgente
A Basílica da Natividade data do séc IV, tendo sido construída sobre uma gruta onde, segundo a tradição, nasceu Jesus.
Mais de dois milhões de pessoas, na maioria fiéis em peregrinação, visita o local todos os anos mas, de acordo com a Autoridade Palestiniana, o edifício precisa de obras de restauro urgentes, especialmente no telhado.
O governo palestiniano, sob cuja jurisdição se encontra a Basílica, afirma estar sem recursos e ter obtido apenas três milhões de dólares de doações para o restauro. Há vários meses que pressionava o Comité para obter fundos destinados às obras.
O pedido para a nomeação da Basílica da Natividade como património mundial incluíu um pequeno caminho que José e Maria, pais de Jesus, terão percorrido até à gruta, há 2.000 anos.
Peritos e EUA discordam
Os Estados Unidos ficaram "profundamente decepcionados" com a decisão da Unesco.
O embaixador norte-americano para a área, David Killion, disse em comunicado que "este local é sagrado para todos os cristãos". E acrescentou, "a Unesco não devia ser politizada".
Este organismo da ONU foi o único a admitir a Palestina entre os seus membros, em outubro de 2011, no que foi considerado o primeiro passo no reconhecimento do Estado palestiniano pelas Nações Unidas.
Killion censurou igualmente o carácter de urgência atribuído à classificação, sublinhando que este devia ser reservado para sítios ameaçados de destruição iminente.
Peritos independentes enviados pela Unesco para examinar a Basílica consideraram que o santuário não podia ser considerado "severamente danificado ou sob ameaça iminente", recomendando a recusa do pedido.
Protecção de Israel
A Basílica da Natividade é um dos principais polos turísticos de Belém, na Cisjordânia e, por isso, fonte crucial de receitas para a região, sufocada pela pressão política e económica de Israel sobre a Palestina.
Numa revolta palestiniana no ano 2002, as tropas israelitas chegaram a cercar a Basílica, onde militantes se tinham refugiado, levantando receios de que o edifício fosse bombardeado.
O episódio foi recordado pelo pedido da Autoridade Palestiniana à Unesco, como mais uma prova da necessidade imperiosa de proteger o local.
O negociador palestiniano Saeb Erekat, saudou igualmente "um dia histórico".
A votação decorreu em São Petersburgo, na Rússia onde estavam reunidos os 21 membros do Comité do Património Mundial.
Restauro urgente
A Basílica da Natividade data do séc IV, tendo sido construída sobre uma gruta onde, segundo a tradição, nasceu Jesus.
Mais de dois milhões de pessoas, na maioria fiéis em peregrinação, visita o local todos os anos mas, de acordo com a Autoridade Palestiniana, o edifício precisa de obras de restauro urgentes, especialmente no telhado.
O governo palestiniano, sob cuja jurisdição se encontra a Basílica, afirma estar sem recursos e ter obtido apenas três milhões de dólares de doações para o restauro. Há vários meses que pressionava o Comité para obter fundos destinados às obras.
O pedido para a nomeação da Basílica da Natividade como património mundial incluíu um pequeno caminho que José e Maria, pais de Jesus, terão percorrido até à gruta, há 2.000 anos.
Peritos e EUA discordam
Os Estados Unidos ficaram "profundamente decepcionados" com a decisão da Unesco.
O embaixador norte-americano para a área, David Killion, disse em comunicado que "este local é sagrado para todos os cristãos". E acrescentou, "a Unesco não devia ser politizada".
Este organismo da ONU foi o único a admitir a Palestina entre os seus membros, em outubro de 2011, no que foi considerado o primeiro passo no reconhecimento do Estado palestiniano pelas Nações Unidas.
Killion censurou igualmente o carácter de urgência atribuído à classificação, sublinhando que este devia ser reservado para sítios ameaçados de destruição iminente.
Peritos independentes enviados pela Unesco para examinar a Basílica consideraram que o santuário não podia ser considerado "severamente danificado ou sob ameaça iminente", recomendando a recusa do pedido.
Protecção de Israel
A Basílica da Natividade é um dos principais polos turísticos de Belém, na Cisjordânia e, por isso, fonte crucial de receitas para a região, sufocada pela pressão política e económica de Israel sobre a Palestina.
Numa revolta palestiniana no ano 2002, as tropas israelitas chegaram a cercar a Basílica, onde militantes se tinham refugiado, levantando receios de que o edifício fosse bombardeado.
O episódio foi recordado pelo pedido da Autoridade Palestiniana à Unesco, como mais uma prova da necessidade imperiosa de proteger o local.
