Boom Festival lamenta ser "maltratado e ostracizado" em Portugal

Idanha-a-Nova, Castelo Branco, 31 jul (Lusa) - A organização do Boom Festival lamentou hoje que este evento considerado referência internacional continue a ser "maltratado e ostracizado" em Portugal e disse que está a recorrer a todos os meios legais para combater esta "atuação preconceituosa".

Lusa /

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa e depois de a PJ e de a GNR terem anunciado na segunda-feira a detenção de 69 pessoas por tráfico de drogas, o Boom Festival mostra-se "expectante" para ver se as forças policiais e a comunicação social fazem a mesma divulgação sobre operações deste género em outros festivais ao longo de 2018.

"Não podemos deixar de nos surpreender que, neste universo [dos festivais], apenas o Boom Festival mereça tanta associação ao tema das drogas por parte de forças policiais e mediáticas", sublinham.

O Boom diz que as operações policiais só foram possíveis graças à total coordenação entre a PJ, a GNR e a própria organização e reforçam que o evento decorre dentro da mais escrupulosa legalidade e que é alvo de escrutínio rigoroso por parte de todas as entidades, que, para além de o licenciar, também o inspecionam.

O Boom festival realça que defende "o escrupuloso cumprimento da lei" como garante de uma sociedade segura, bem como o jornalismo factual e rigoroso como valor essencial da democracia.

"Apenas não podemos continuar a assistir a que um festival que cumpre todas as obrigações legais e fiscais, que contribui para o desenvolvimento do interior do país (...) que é alvo de constantes elogios fora de Portugal, continue, no seu próprio país, a ser vilipendiado, ultrajando não apenas o seu bom nome como também o do seu público e o da região de Idanha-a-Nova", sustenta.

Segundo a organização, nesta edição do Boom Festival participaram mais de 30.000 visitantes, 508 dos quais crianças.

Diz ainda que, de entre os visitantes, encontravam-se milhares e famílias que veem no festival uma oportunidade para apresentar aos seus filhos um modo de vida sustentável, em plena natureza e com o máximo respeito por esta e pelas artes e cultura.

A organização questiona: "Por que razão um festival que, em 2018, recebeu mais de 30.000 visitantes de 147 nacionalidades, quase um milhar de artistas de diversos países, `workshops`, palestras, inúmeras ações de promoção da sustentabilidade ambiental, continua a merecer esta atenção maioritariamente negativa, não encontrando paralelo na cobertura realizada a outros eventos, onde as operações policiais também acontecem, ainda que eventualmente não sejam divulgadas".

Por último, lamentam sendo um festival considerado de referência a nível internacional, que tem arrecadando inúmeros prémios na área do ambiente, que tem o reconhecimento da ONU ou de media de referência mundial, "continue a ser maltratado e ostracizado em Portugal", quer por entidades com responsabilidades políticas e judiciais, quer pela comunicação social, e a ser continuamente relacionado com um tema com que a organização não se revê.

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