CAMB exibiu mais de 700 obras da colecção Manuel de Brito desde que foi criado
Lisboa, 28 Nov (Lusa) - O Centro de Arte Manuel de Brito (CMAB) mostrou ao público mais de 722 obras de arte desde a inauguração, em Algés, faz sábado dois anos, para acolher a colecção do galerista, com mais de 2.000 obras.
Em declarações à Agência Lusa a propósito da celebração dos dois anos de vida, Maria Arlete Alves da Silva, viúva do galerista e coleccionador, actual responsável pelo centro e pela histórica Galeria 111, salientou o facto de o CAMB, instalado no Palácio dos Anjos, em Algés, ter recebido 27 mil pessoas nestes dois anos.
"Estamos muito satisfeitos com o balanço destes dois anos. Estamos, para já, ainda a mostrar sobretudo obras da colecção, mas temos muitos projectos para o futuro", apontou.
Desde Novembro de 2006, quando foi inaugurado com a exposição antológica de Menez ,"Dos anos 10 aos anos 50", o CAMB realizou 11 exposições, onde estiveram representados 132 artistas portugueses.
Seguiram-se, entre outras, "O Véu da Noiva" de Ana Vidigal e Ruth Rosengarten, "Anos 60", exposição antológica de Eduardo Luiz, "Anos 70", exposição antológica de António Dacosta, "À Volta do Papel", uma exposição que cobriu um século, com 100 artistas e 245 obras expostas.
O CAMB comemora dois anos com duas exposições abertas ao público, nomeadamente uma exposição antológica de Paula Rego, com 74 obras da artista que cobrem o período de 1959 a 2008, e a exposição "Anos 80", já visitadas por mais de sete mil pessoas.
Segundo Maria Arlete Alves da Silva, o CAMB vai continuar a mostrar a colecção do galerista, falecido em Novembro de 2005, um dos primeiros e maiores galeristas e livreiros do país, e uma figura singular na cultura portuguesa do século XX.
Ao longo da vida, Manuel de Brito reuniu cerca de duas mil obras de arte - escultura, pintura e desenho - criando uma das maiores e mais importantes colecções do país.
Através da Galeria 111, que abriu em Lisboa em 1964 e no Porto em 1971, foi apoiando inúmeros jovens artistas portugueses em início de carreira, como foi o caso de Paula Rego, actualmente a pintora portuguesa mais cotada internacionalmente.
Um ano após o falecimento do galerista e coleccionador, através de um protocolo celebrado entre a família e a Câmara Municipal de Oeiras, o património artístico ficou exposto no Palácio dos Anjos, renovado para o efeito.
Para 2009, segundo Maria Arlete Alves da Silva, estão previstas já exposições de António Palolo, uma retrospectiva intitulada "Anos 90", a inaugurar a seguir ao fim da mostra de Paula Rego, em Janeiro.
Adiantou à Lusa que o CAMB pretende organizar uma grande exposição de Júlio Pomar em Maio, e em Setembro uma mostra dedicada a Eduardo Batarda.
"Só em 2010 faremos outro tipo de exposições, com artistas estrangeiros, nomedamente brasileiros e africanos", indicou.
Para celebrar os dois anos de vida, o CAMB concede entradas gratuitas ao sábado e uma programação especial de concertos no jardim e no palácio, além de organizar visitas guiadas às exposições de Paula Rego e "Anos 80", já visitadas por mais de sete mil pessoas.