Candidato único à presidência da APEL promete modernização da estrutura e do funcionamento

por © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 15 Jul (Lusa) - Rui Beja, administrador da Lisboa Editora, que concorre sozinho, dia 24, à presidência da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, promete alterações que modernizem a sua estrutura e o funcionamento.

Em declarações à Lusa, Rui Beja assinalou que perspectiva "uma mudança estatutária" para a qual equacionou duas hipóteses.

"Uma estrutura que junte livreiros e editores no que aos dois sectores diz respeito, mas que crie especificidades para cada área - explicitou - Outra hipótese poderá ir no sentido da criação de uma federação que agrupe os diversos sectores, e cuja direcção seria eleita a partir das respectivas direcções".

Relativamente ao actual modelo administrativo defendeu a necessidade de o "repensar".

Rui Beja, 64 anos, considera essencial que a APEL "se modernize" e, nesse sentido, aposta "numa comunicação interna mais activa com os associados e, paralelamente, para o exterior, fortalecendo a imagem da associação".

"Aos olhos da opinião pública, e com alguma razão, a APEL está um pouco parada, e isso tem de mudar", enfatizou.

O único candidato à presidência da APEL reconheceu haver "fraca actividade associativa, e até algumas divergências internas", o que está na origem desta "menor visibilidade pública de uma associação representativa de um sector essencial".

Rui Beja lidera a lista para os corpos sociais que governarão a APEL no triénio 2008-2011, e que inclui nomes como João Espadinha da Editorial Presença, Henrique Mota da Principia Editora, Pedro Cabrita Carneiro do Círculo de Leitores/Grupo Bertelsmann na direcção, Paulo Teixeira Pinto da Guimarães Editora na presidência da mesa da Assembleia-geral, e António Baptista Lopes, presidente cessante que liderará o Conselho Fiscal.

Duas das questões que a nova direcção terá em mãos são a modernização da Feira do Livro de Lisboa e um novo local para a do Porto.

A primeira questão, em particular, foi descrita como uma "batata quente" por Beja, que afiançou, no entanto, que a 30 de Novembro estará na autarquia lisboeta o modelo de modernização.

As conclusões do inquérito realizado aos visitantes da feira deste ano "estão praticamente prontas" e servirão de base para o novo modelo.

Segundo Rui Beja, o projecto a apresentar "deve modernizar alguma coisa mas mantendo o equilíbrio e a equidade entre todos os participantes, sem criar uma disfunção que descaracterize a feira".

À Câmara de Lisboa serão apresentados "dois ou três modelos", mas Beja realçou que "a maior parte dos editores não têm condições para suportar um investimento tão grande".

Relativamente à Feira do Porto, "sendo os Aliados uma zona possível, muito semelhante à do Parque Eduardo VII, em Lisboa", Rui Beja observou que "há que ter em conta as diferenças de condições climatéricas e o problema de segurança com os atravessamentos viários da Avenida dos Aliados".

O edifício da Alfândega, o Parque da Cidade e a Rotunda da Boavista são outras hipóteses de localização, segundo Beja.

Noutro passo da entrevista, disse pretender "uma aproximação" à congénere União de Editores Portugueses (UEP) na medida em que "no essencial estamos todos de acordo".

Para que se efectue essa aproximação deposita esperanças no seu perfil de cerca de 40 anos no mundo editorial.

"Conheço as pessoas e confio nas relações que tenho desde há 40 anos a lidar no mundo editorial.Há fórmulas de entendimento e comungamos as mesmas opiniões nos assuntos mais importantes. Por outro lado, sinto que há essa vontade", afirmou.

O Acordo Ortográfico é outro assunto com que a sua presidência irá lidar e a propósito do qual considerou serem "as famílias e o Estado Português os grandes prejudicados".

"Contrário" ao Acordo Ortográfico, Rui Beja alega que este "vem no sentido contrário aos dos objectivos do Plano nacional de Leitura, e que mais razão têm os seus críticos do que os poucos defensores".

"Como se pode estar a ensinar uma grafia nas aulas e depois ir à biblioteca ler um livro recomendado pelo plano que está escrito de outra maneira?", questionou.

Actualmente administrador não-executivo da Lisboa Editora do Grupo Porto Editora de que é consultor de planeamento estratégico e gestão de risco, Rui Beja assegura que estas funções o "libertam" para dar mais atenção à APEL.

Para a associação, pretende ainda "mais formação" e uma "ligação entre o mundo editorial, o académico e o cidadão comum", "um combate efectivo à pirataria e à cópia privada", bem como um acompanhamento atento sobre o livro electrónico".

NL.

Lusa/Fim


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