Cante alentejano é Património Imaterial da Humanidade

O cante alentejano recebeu esta quinta-feira a classificação de Património Cultural e Imaterial da Humanidade por parte da UNESCO. O comité Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura aprovou a candidatura e a sua inscrição na lista representativa.

RTP /
O primeiro grupo coral foi criado há 88 anos por mineiros de Aljustrel Mário Galego, Antena1

A declaração foi aprovada às 11h18 (10h18 em Lisboa), cinco minutos depois ter começado a avaliação. Pouco depois, o grupo coral de Serpa agradecia a inscrição na lista mundial. Tendo a atuação sido aplaudida de pé no final.
Durante a fase de análise, a candidatura portuguesa foi considerada pela UNESCO, como “um dos bons exemplos de candidaturas selecionadas pelo comité”.
Pedro Passos Coelho expressa um “sentimento de orgulho pelo reconhecimento do cante alentejano”, considerando que é a “devida homenagem”, especialmente aos intérpretes “que o levaram a uma arte vibrante e plenamente consagrada”.
A candidatura, que foi promovida pela Câmara Municipal de Serpa/Casa do Cante, com o contributo da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, da Casa do Alentejo em Lisboa, da Confraria do Cante Alentejano e da Moda- Associação do Cante Alentejano, chegou em março de 2013 à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

No final de outubro de 2014 uma comissão internacional de especialistas da UNESCO deu um parecer positivo à candidatura, classificando-a como “exemplar”.
O Presidente da República recorda, em comunicado, que em “2012 promoveu no Palácio de Belém uma iniciativa dedicada ao cante alentejano”, acrescentando que a “consagração irá contribuir para um maior conhecimento e salvaguarda desta expressão musical”.


Recorde-se que em 2012 o Ministério dos Negócios Estrangeiros decidiu adiar a apresentação do cante alentejano, por considerar que o processo não reunia condições para merecer o reconhecimento da UNESCO.

Cante alentejano, fado e dieta mediterrânica

O cante alentejano junta-se ao fado e à dieta mediterrânica, classificados em 2011 e 2013, respetivamente. Era uma das 48 candidaturas submetidas à 9ª Sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO para a salvaguarda do Património Cultural da Humanidade, reunida esta semana em Paris.
O cante é uma expressão coral sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia. É geralmente interpretado por cantadores com trajes tradicionais - fato-macaco de cotim azul e capacete com lanterna de mineiro, no caso de Aljustrel -, de braços dados e passo marcado.

Geograficamente, está associado ao Baixo Alentejo. O grupo “Os Mineiros de Aljustrel”, fundado em 1926, foi o primeiro criado em Portugal.
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