Casa da Imprensa distingue Raquel Tavares, David Mourão-Ferreira e Maria Valejo

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Prémio revelação da Casa da Imprensa atribuído DR

A fadista Raquel Tavares foi distinguida com o Prémio Revelação da Casa da Imprensa, que lhe será entregue dia 20 no Teatro S. Luiz, em Lisboa, durante a Grande Noite do Fado, disse à Lusa fonte da instituição mutualista.

A fadista venceu a Grande Noite do Fado precisamente há dez anos, no Coliseu dos Recreios, e foi distinguida no ano passado com o Prémio Amália Rodrigues para a Melhor Revelação Feminina.

Em declarações à Lusa Raquel Tavares afirmou-se "emocionada" e "muito satisfeita".

Tendo editado o seu primeiro álbum no ano passado, tendo já actuado em Bruges, no Festival Klinkers, a fadista está já a preparar o próximo álbum, "que sairá em Fevereiro próximo".

"Os vários concertos e o contacto com o público tem-me ajudado a fazer escolhas e a perceber que é o fado tradicional o meu caminho", disse à Lusa.

Em Novembro Raquel Tavares apresentar-se-á em Londres no âmbito do festival Atlantic Waves, organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

O ano passado Carmo Rebelo Andrade, apresentada nas noites fadistas como Carminho, foi a distinguida.

Na noite de dia 20 serão ainda distinguidos os guitarristas Ângelo Freire e António Parreira, a fadista Maria Valejo e, a título póstumo, o poeta David Mourão-Ferreira.

Ângelo Freire receberá o Prémio Francisco Carvalhinho que distingue os novos talentos na área instrumental. No ano passado este prémio distinguiu o violista Carlos Manuel Proença.

Os Prémios Carreira distinguem o guitarrista António Parreira, que toca há cerca de 40 anos, e a fadista Maria Valejo, que iniciou a carreira na década de 1960 no antigo Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional.

A fadista criou êxitos como "O segredo que te disse" ou "como posso ter ciúmes" da dupla de autores Eduardo Damas e Manuel Paião.

No ano passado foram distinguidos o viola-baixo Joel Pina e o fadista Rodrigo.

O Prémio Casa de Fados distingue o restaurante típico Marquês da Sé, no bairro de Alfama.

O Marquês da Sé, que ocupa um espaço construído no século XVIII, foi fundado pela intérprete Alexandra e o produtor José Gaspar em 2003.

O seu elenco é constituído por Alexandra, Rute Soares, André Vaz, Milene Candeias, Ricardo Ribeiro e os músicos Manuel Mendes e José Carvalhinho. No ano passado, o distinguido foi o Clube de Fado de Mário Pacheco.

O Troféu Neves de Sousa, que distingue uma personalidade ou instituição que tenha pugnado pela divulgação ou investigação do fado, foi atribuído ao poeta David Mourão-Ferreira.

Mourão-Ferreira começou a sua colaboração para fado com Amália Rodrigues, em 1953, por iniciativa de um familiar da sua primeira mulher, Rui Valentim de Carvalho.

"Primavera" na música do fado meia-noite de Pedro Rodrigues, foi o primeiro fado que escreveu para a fadista com a qual viria a encetar uma assídua colaboração.

"Maria Lisboa", "Abandono/Fado Peniche", "Libertação", "Madrugada de Alfama", "Asas fechadas", são alguns dos fados que escreveu para Amália.

Falecido em 1996, David Mourão-Ferreira foi poeta, ensaísta, ficcionista, jornalista, professor universitário e tradutor, escreveu apenas um romance, "Um amor feliz", pelo qual recebeu vários prémios, entre eles, o Grande Prémio de Romance e Novela 1986.

No dia 20 subirá ao palco o seu filho, David Ferreira para receber o prémio. O distinguido no ano passado foi o Museu do Fado.

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