Centenário Museu de História Natural de Maputo reabre após reabilitação de 4,2 ME
O centenário Museu da História Natural de Maputo, no sul de Moçambique, vai reabrir segunda-feira, após mais de dois anos de reabilitação avaliada em cerca de 4,2 milhões de euros, financiada pela Itália, foi hoje anunciado.
A confirmação da reabertura foi feita hoje, em comunicado, pela Embaixada de Itália, recordando que o museu foi fundado em 1911 e instalado desde 1933 num edifício histórico de estilo Manuelino, no centro da capital moçambicana, sendo "um dos monumentos mais emblemáticos" do país.
O Museu de História Natural encerrou em outubro de 2023 para dar lugar às obras de requalificação, tendo sido alvo de "profundas intervenções desde a sua estrutura arquitetónica, museológica e museográfica", lê-se no comunicado.
A requalificação do Museu de História Natural, conduzida por "uma equipa multidisciplinar de especialistas italianos e moçambicanos" ligados à Universidade Sapienza, é resultado do financiamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional de Itália, através da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS), num investimento de 4.250.000 euros, de acordo com o documento.
A iniciativa foi realizada no âmbito do programa de Recursos, Inovação e Desenvolvimento para as áreas de conservação (Rino), através da sua componente de Conservação e Renovação da Biodiversidade em Moçambique (Corebion), que promove iniciativas de valorização, reabilitação, preservação e conservação da biodiversidade marinha e terrestre, avança.
"O projeto, que inclui igualmente a criação de um Centro de Conservação da Biodiversidade, foi coordenado pelo Polo Museale da Universidade Sapienza de Roma, em parceria com a Estação Zoológica Anton Dohrn e a ONG WeWorld", refere-se no comunicado.
Entre os destaques das intervenções arquitetónicas realizadas, o documento descreve a instalação de painéis solares e um elevador, a instalação de um novo sistema de iluminação, a recuperação do teto e instalação de sistema de climatização e a construção de casas de banho internas.
"Passou igualmente por uma operação de `re-branding´ e atualização visual, incluindo a criação de um novo logótipo que moderniza a sua imagem institucional, mantendo a ligação à identidade histórica", explica.
Foi ainda desenvolvida uma sala para exposições temporárias, criada uma livraria e uma cafeteria, além da construção de rampas de acesso para pessoas com deficiência, incluindo a modernização de toda a estrutura do edifício do museu.
"No campo museológico e museográfico, foi realizada a restauração das exposições, foi adicionada uma abordagem museológica moderna com a atualização da estrutura de apresentação em que todos os vários habitats e animais serão mostrados na sua relação natural, foram acrescentados novos ambientes com salas dedicadas às ervas marinhas e aos grandes habitantes do mar", avança a embaixada, acrescentando que foram melhoradas as informações ao público com especial enfoque para pessoas com deficiência audiovisual, entre outros.
A reabertura, refere, constitui um "marco histórico" para a preservação do património cultural e científico de Moçambique e simboliza não apenas a valorização da investigação, da educação e da cultura, mas também o fortalecimento da cooperação entre Moçambique e Itália, "colocando o museu numa posição renovada como centro de conhecimento, divulgação científica e atração cultural".
Contará também com novas áreas temáticas, incluindo uma sala etnográfica com cerca de 500 objetos ligados às práticas culturais de diversos povos moçambicanos, abrangendo arte, escultura, música, ourivesaria, cerâmica e cestaria, complementada por um acervo fotográfico histórico.
A reabertura, na segunda-feira, contará com a presença do Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, e do embaixador de Itália no país, Gabriele Annis, segundo o comunicado.