Centro 25 de Abril homenageia viúva do historiador antifascista Piteira Santos
O director do Centro de Documentação (CD) 25 de Abril, Boaventura Sousa Santos, recordou hoje o historiador antifascista Piteira Santos como "umas das inteligências mais lúcidas" de Portugal no século XX.
Fernando Piteira Santos, falecido a 28 de Setembro de 1992, foi também "um dos democratas mais convictos" das últimas décadas, salientou o sociólogo.
Sousa Santos intervinha numa homenagem à viúva do historiador e antifascista, Maria Stella Bicker Correia Ribeiro, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, em que foi assinado o termo de aceitação formal da doação do espólio "Piteira Santos" ao Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra (UC).
A iniciativa incluiu a inauguração da exposição "Fernando Piteira Santos: português, cidadão do século XX - A pátria é um território cultural", que poderá ser apreciada naquele espaço até 30 de Outubro.
Para Paulo Sucena, autor do guião da exposição, Piteira Santos "era uma voz antiga com história e legitimidade, para tornar a história mais próxima de nós".
Paulo Sucena, líder da FENPROF e amigo da família Piteira Santos, disse que este "foi um cidadão exemplar preocupado com a democracia participativa".
A exposição é dedicada a Maria Stella Ribeiro, "companheira de toda uma vida" de Piteira Santos, "zelosa guardiã" da sua memória e "incansável lutadora para a tornar e manter presente na sociedade portuguesa".
Os presidentes das Câmaras de Coimbra e da Amadora, Carlos Encarnação (PSD) e Joaquim Raposo (PS), respectivamente, bem como o reitor da UC, Seabra Santos, foram outros dos oradores da sessão.
Presentes na sala estavam ainda, entre outros, Maria Antónia Fiadeiro, afilhada e enteada de Piteira Santos, o militar de Abril Vasco Lourenço, o socialista Kalidás Barreto, fundador da CGTP-IN, e o advogado Alberto Vilaça, histórico dirigente do PCP de Coimbra.
A exposição organizada pelo Centro de Documentação 25 de Abril seguirá para a Amadora (Casa Roque Gameiro), em Novembro, e para Lisboa (Fundação Mário Soares), em Janeiro de 2005.