Ceramista Kristina Mar vai abrir atelier com Casa de Portugal em Macau
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Macau, China, 06 Jan (Lusa) -- A ceramista portuguesa residente no Japão Kristina Mar vai abrir um atelier de cerâmica em Macau com a Casa de Portugal, num projecto que deverá ser inaugurado ainda no primeiro trimestre do ano, disse a artista à agência Lusa.
Natural de Coimbra, Marta Cristina, conhecida no meio artístico como Kristina Mar, tem uma exposição de cerâmica na sede da Casa de Portugal em Macau, a cidade onde iniciou a sua descoberta do Oriente e onde viveu entre 1989 e 1991 antes de rumar ao Japão, onde está radicada.
"Apaixonei-me pela Ásia e nunca mais voltei a Portugal onde estudava" escultura no Porto, contou num passeio pela parte velha da cidade de Macau, onde ainda tentou montar um atelier quando vivia na cidade então administrada por Portugal.
As dificuldades sentidas em Macau para abrir um atelier fizeram-na rumar ao Japão, a Quioto, cidade onde ainda vive, onde tem os dois filhos e onde cria as suas peças de arte depois de ter trabalhado com mestres como Koie Ryogi, um dos mais conhecidos ceramistas japoneses.
"Fui Ficando no Japão" diz para resumir a sua integração na sociedade nipónica.
Sobre a exposição em Macau, Kristina Mar explicou ter sido uma proposta da Casa de Portugal, que também quer ajudar a criar o atelier que ficou no papel no início dos anos 90.
Apesar de estar longe, recorda que "é mais rápido chegar a Macau do que a Tóquio".
"Vamos fazer uns cursos de formação e iremos evoluir ao longo do tempo e consoante as necessidades das pessoas que vão frequentando os cursos, porque há várias técnicas que podem ser exploradas", disse, salientando que a "cerâmica tem muitos mundos, submundos, técnicas que não se ensinam de uma só vez".
Ligada desde criança ao mundo da cerâmica através das "brincadeiras nas fábricas da família", Kristina Mar diz que é nos trabalhos de cerâmica que se sente "mais próxima da sua sensibilidade".
"A maneira como eu mexo nos materiais e a aproximação que tenho com os materiais é uma coisa muito mais natural do que alguém que nunca tenha entrado nesse mundo antes de escolher a carreira", explicou, lembrando que, antes de optar definitivamente pela cerâmica, experimentou outros materiais.
Sobre o seu trabalho, observa que não procura "transmitir nada de especial", que "não é um objectivo em si".
"É apenas uma necessidade física de trabalhar com uma matéria prima que é barro e vidro", resumiu.
JCS.