Ciclo em Coimbra propõe "Olhares sobre o Médio Oriente"
Um ciclo de cinema que propõe novas perspectivas sobre a conturbada região do Médio Oriente inaugura, segunda-feira, a programação de 2005 do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra.
Intitulado "Olhares sobre o Médio Oriente", o ciclo prolonga- se até sábado, com a exibição de cinco filmes de cineastas oriundos do Irão e da Palestina.
"Um tempo para Cavalos Bêbados", realizado em 2000 por Bahman Ghobadi (Irão), abre o ciclo, organizado pelo TAGV e pelo Fila K. Cineclube.
Premiado no Festival de Cannes de 2000, este filme documental conta a história de três jovens curdos, forçados a fazer contrabando nas montanhas do Iraque, usando mulas, lê-se numa nota sobre o programa.
Nascido em 1969 no Curdistão iraniano, Bahman Ghobadi é um dos actores principais da película "O Quadro Negro" (2000), de Samira Makhamalbaf, a exibir terça-feira no TAGV.
Esta é a segunda obra da realizadora, que se revelou em 1998 em Cannes com "The Apple", e relata a odisseia de um grupo de professores primários, todos homens, que percorrem as montanhas de uma região remota do Curdistão, em busca de alunos.
A acção de "Dez" (2002), de Abbas Kiarostami, a projectar quarta-feira, concentra-se no interior de um automóvel.
Em dez sequências, o realizador, nascido em 1940 em Teerão, dramatiza a vida emocional de seis mulheres iranianas.
Kiarostami foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes (1997) pelo filme "O Sabor da Cereja".
O filme "Intervenção Divina" (2002), do realizador palestiniano Elia Suleiman, é exibido sexta-feira.
Conta a história de amor entre um palestiniano que vive em Jerusalém e uma palestiniana de Ramallah. Devido às limitações à liberdade de movimentos impostas pelo governo israelita, o casal só se pode encontrar num "parque de estacionamento deserto, ao lado do 'check-point'".
A película é a segunda longa-metragem do realizador, que nasceu em 1960 em Nazaré e que foi premiado no Festival de Veneza em 1996, por "Chronique d'une Disparition".
"Gabbeh" (1996), do iraniano Mohsen Makhmalbaf, encerra o ciclo no sábado.
O +gabbeh+ é um "tapete persa muito peculiar", cujos motivos, imagens ou desenhos são sempre diversos, inspirados na vida quotidiana, tribal.